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Enviada em: 25/09/2017

A lenda do nó górdio, da mitologia macedônica, conta a história de um laço muito rígido, de difícil solução, que fora desfeito apenas pela espada de Alexandre, o Grande. Devido aos seus efeitos à população, os desafios da mobilidade urbana no Brasil tornam-se um nó górdio à nação, visto que, impedem ou atrasam a locomoção do cidadão, prejudicando toda dinâmica urbana. Nesse viés, medidas legislativas, econômicas e educacionais devem ser tomadas, visando a desentrelaçar esse nó de forma permanente no país, para que, quiçá um dia, o brasileiro tenha total liberdade de ir e vir.  Émile Durkheim teoriza, na sua tese do corpo social, que a comunidade comporta-se como um organismo biológico, autorregulado pelas relações de seus indivíduos com o meio. Partindo da ideia do sociólogo, a situação precária da mobilidade urbana age como enzima inibitória no corpo brasileiro, pois diminui a rapidez das relações interpessoais e degrada o meio ambiente. Essa situação maléfica, causada pelo mau planejamento das vias e serviço insatisfatório do transporte público, deixa a população à mercê de providências solucionadoras, que fazem-se tão indispensáveis como urgentes para que se melhore - como na teoria durkheimiana - toda dinâmica social.    O planejamento da maioria das ruas brasileiras data dos primórdios da república, no começo do século XX. Conquanto a população tenha aumentado muito desde aquela época e as vendas de auto-móveis venham crescendo exponencialmente no Brasil, pouco é feito para adaptar as vias brasileiras ao novo perfil da nação. O resultado desse desajuste é sentido diariamente por milhões de brasileiros que migram de forma sazonal para trabalhar ou estudar: acidentes graves, congestionamentos des-gastantes e cidades poluídas marcam a contemporaneidade do transito nacional, criando uma realidade citadina insustentável à qualidade de vida dos habitantes. Dessarte, solucionar esses desafios nocivos no país é essencial para garantir o bem estar do povo e o funcionamento da sociedade.    Para desentrelaçar o nó górdio da mobilidade urbana no Brasil, o Ministério da Fazenda deve estimular o uso dos transportes públicos por meio de incentivos fiscais à empresas de condução coletiva, possibilitando que esse serviço seja melhorado sem elevar o preço das passagens. Ademais, a mídia pode agir, transmitindo propagandas de aplicativos que oportunizem caronas coletivas entre pessoas próximas, visando a diminuir a quantidade de automóveis nas ruas. Além disso, as escolas necessitam conscientizar os jovens, mediante a discussões, sobre os malefícios da poluição dos gases expelidos pelos veículos de combustão, com o intuito de estimular o uso de transportes verdes no futuro - como bicicletas e carros híbridos. Com essas medidas, o incentivo e a conscientização far-se-ão como espadas alexandrinas, garantindo uma população mais livre e móvel a posteriori.