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Enviada em: 02/10/2017

A segunda Guerra Mundial alterou a dinâmica produtiva do Brasil. O conflito levou a Europa, antiga exportadora de produtos industriais, à produção de equipamentos bélicos. Para evitar o esgotamento de bens de consumo, o país industrializou-se. Entretanto, esse processo ocorreu de forma desordenada, com pouco ou nenhum planejamento urbano. Nesse contexto, debater acerca dos prejuízos que persistem na sociedade faz-se imperativo.    A princípio, vale pontuar que os danos à saúde da população devido à excessiva poluição decorrem de atitudes históricas. Comprova-se que a emissão exacerbada de gases poluentes que agravam problemas respiratórios – asma, bronquite e sinusite – através da política urbanista do presidente Juscelino Kubitschek que incentivou a utilização de automóveis particulares, lançando a ideia de progresso para aqueles que adquirissem o produto em questão. Dessa maneira, com o crescimento exponencial de veículos na rua, os índices de problemas respiratórios subiram cerca de 44% nas últimas décadas devido aos poluentes liberado por esses, como comprova a matéria da revista Veja.    Ademais, convém ressaltar que a dinâmica social também tem sido afetada pelo cenário caótico urbano. As medidas do político supracitado contribuíram para a segregação social, haja vista que as políticas modernizadoras revitalizaram as áreas urbanas, gerando grande especulação imobiliária, forçando a população menos favorecida a periferizar-se. Desse modo, a associação entre o aumento da distância aos locais de trabalho e o precário sistema público de transporte forçaram os indivíduos a utilizarem o veículo privado. Assim, trânsito, violência urbana, poluição sonora e visual tornam-se inevitáveis dada a ineficiência de medidas que incentivem o uso de transporte coletivo.    Logo, é indubitável que haja equilíbrio entre desenvolvimento urbano e questões ambientais e sociais. Para isso, é imprescindível que o Poder Público Executivo atue, melhorando a qualidade do sistema público de transporte, através de reforças em ônibus antigos e aumentando o número de coletivos circulantes, com uso de verba arrecadada pelos Impostos da Receita Federal, visando diminuir a dependência do transporte individual. Além disso, é necessário que o Legislativo amplie as políticas assistencialistas habitacionais – como Minha Casa, Minha Vida -, em locais urbanos, possibilitando que as populações com baixa renda tenham a opção de ir para o trabalho, às compras ou locais de lazeres por meio de locomoção não poluente, como bicicletas, skates e até mesmo a pé, interrompendo a ordem segregacionista existente e aproximando esse público das cidades. Ainda, a mídia pode usar de seu papel de difusora de conhecimento para incentivar com propagandas a criação parcerias de caronas, diminuindo o número de veículos circulantes.  Com tais medidas de solução, o meio ambiente e a saúde da população serão beneficiados.