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Enviada em: 26/09/2017

Ao descortinar o século XX, a contemporaneidade, marcada pelo advento do processo de urbanização, permitiu a expansão urbana acelerada com o aumento da frota de veículos, estimulado pela política rodoviarista do governo de Juscelino Kubitschek. Nesse viés, sendo a realidade um processo histórico, como proferido pelo filósofo Georg Hegel, houve a paulatina acumulação e sustentação de obstáculos para a consolidação da mobilidade urbana, configurando, assim, um problema no Brasil.            Em primeira análise, é válido ressaltar os desafios para a mobilidade nas cidades brasileiras. A esse respeito, relaciona-se o processo de centralização do comércio e dos serviços, que desencadeia deslocamentos diários da população, em grande parte, concentrada nas regiões periféricas. Em corolário a isso, ocorre a formação dos gargalos crônicos e das longas filas de espera, posto a ausência histórica de planejamento urbano. Sob essa conjuntura, ocorre o significativo aumento do estresse cotidiano e dos fatos correlatados de violência e conflitos no trânsito.            Na esteira do processo de manutenção dos obstáculos nos deslocamentos, alude-se ao ineficaz sistema de transportes públicos e à displicência administrativa no incentivo e na garantia de condições para a intermodalidade. Isso porque, constata-se uma realidade em que o vantajoso transporte coletivo é contraposto pela emblemática precariedade, lentidão e ineficácia dos serviços disponíveis. Nesse ponto, há um estímulo a adoção dos carros particulares pelas vantagens, como a de maior flexibilidade e conforto. Soma-se a isso, a escassez de modais alternativos, como as ciclovias, trens e metrôs. Destarte, diverge-se do proposto pela Lei da Mobilidade Urbana, com a redução da qualidade de vida e o aumento da poluição urbana.           Torna-se evidente, portanto, os obstáculos para a mobilidade urbana no Brasil. Sendo assim, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, as escolas e a mídia. Os setores administrativos municipais devem formular diretrizes visando a otimização das estruturas urbanas, com a criação de viadutos, vias alternativas e ciclovias, rodízio de veículos e ampliação da frota de ônibus, trens e metrôs, permitindo maior fluidez e qualidade na locomoção diária. Cabe ainda, a ampliação da capacidade dos transportes públicos, bem como o acesso aos deficientes físicos. As escolas precisam propor a educação ambiental em prol da mobilidade sustentável, com debates em salas de aulas e seminários envolvendo a população. A mídia deve trabalhar com o engajamento ficcional e dialético em novelas e propagandas publicitárias educativas. A articulação dessa pluralidade é impreterível para a consolidação da mobilidade urbana no Brasil.