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Enviada em: 26/09/2017

Amsterdam, na década de 40,apresentava como principal meio de transporte os veículos automotivos, enfrentando,então,os problemas oriundos desse meio de locomoção.Em função disso,com as significativas mobilizações da população neerlandesa,tal capital é considerada,hoje,exemplo internacional de mobilidade urbana democrática e sustentável devido a valorização de meios alternativos.Todavia,o Brasil permanece priorizando o uso demasiado do transporte rodoviário,o que prejudica o direito de locomoção e a homeostase ambiental. Logo,é preciso haver mudanças,a fim de consolidar tal direito e de amenizar os prejuízos ecológicos das atividades antropogênicas.    O uso demasiado de veículos motorizados é herança do Plano de Metas do governo de Kubitschek, visto que ocorreram altos investimentos nesse setor,como a criação de uma infraestrutura adequada a este meio.Simultaneamente,a formação do país é marcada por uma urbanização descontrolada, favorecida pelo êxodo rural, de forma que auxiliou na implantação de políticas públicas de mobilidade urbana ineficientes e insustentáveis.Além disso,os veículos midiáticos de massa estão moldados de acordo com os desejos do mercado capitalista e, por isso, incentivam a compra excessiva de automóveis,o que proporciona ao veículo um valor simbólico e social,já que são vendidos e propagados como um transporte ideal e necessário,prejudicando,por fim,a concretização da democracia nacional.    Nesse contexto,devido a perduração de valores da sociedade patriarcal, as mulheres enfrentam dificuldades em usufruir do direito de ir e vir,visto que são vitimizadas nos espaços urbanos.Desse modo,mesmo apresentando maior número de deslocamentos em relação aos homens,por conta da dupla jornada de trabalho,tal minoria permanece à margem de proteção social,já que são sub-representadas no ambiente político.Por outro lado,a priorização do sistema rodoviário acarreta prejuízos ecológicos,uma vez que favorece o aumento da poluição atmosférica, a partir da emissão de gases do efeito estufa,impedindo,então,um futuro sustentável para as próximas gerações.   Considerando tal defasagem,são necessárias mudanças,a fim de garantir uma mobilidade urbana tão eficiente quanto o modelo holandês.Para isso,a partir de um decreto e em parceria com o setor privado,os órgãos municipais devem reduzir em 40% as tarifas do transporte público nos domingos e devem investir na infraestrutura das calçadas e das ciclovias,em função de incentivar o uso dos transportes coletivos-para acessar,por exemplo,os meios culturais da cidade-,e de amenizar os impactos ambientais decorrente dos carros,respectivamente.Paralelamente,a Câmara Municipal deve promover audiências públicas e debates coletivos com a participação de mulheres da comunidade, com o intuito de promover mudanças públicas pertinentes para essa minoria e de favorecer a democracia.