Materiais:
Enviada em: 26/09/2017

Em seu Manifesto Futurista, Felippo Marinetti exalta o automóvel e a beleza da velocidade. No entanto, o mesmo estaria desapontado com a mobilidade urbana brasileira, a julgar pela lentidão a qual está mergulhada. Isso porque existem falhas estruturais, além do comprometimento ambiental que tal conjectura apresenta.        É indiscutível que o ascendente crescimento de veículos particulares esteja atrelado à insuficiência do transporte coletivo. Isso se deve, majoritariamente, ao ideário varguista dos anos 50, que com a chegada da indústria automobilística cunhou vultosos investimentos em relação ao modal rodoviário. Assim, esse vetusto planejamento não priorizou à inserção de outros modais, os coletivos, fazendo com que muitos optassem pelo carro próprio, incentivado pelo governo. Sem subsídios e serviços de qualidade, os engarrafamentos quilométricos de carros predominam nas cidades e promovem o caos da locomoção.         Além disso, como se não bastassem tais lapsos, há ainda o desafio no que tange aos impactos ambientais nesse processo. Segundo dados do Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, a frota brasileira é responsável por cerca de 90% das emissões de gases poluentes. A drástica consequência desse fato são as inúmeras doenças que acometem os indivíduos, como asma, bronquite e afins. Isso infere, então, a urgência da situação, uma vez que apresenta riscos para o bem estar geral.        Torna-se evidente, portanto, que o Estado cumpra com seus deveres, por exemplo, a lei 12.567/2012, que tem como objetivo melhorar a acessibilidade e a mobilidade urbana. Importante salientar, que o mesmo ofereça subsídios ao transporte público para proporcionar serviços de qualidade à população. Cabe também, ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), oferecer alternativas multimodais sustentáveis a fim de poupar o meio ambiente - o bonde elétrico pode ser uma opção, uma vez que é eficiente no que tange ao baixo impacto. Já ao cidadão, deve optar pela escolha de opções coletivas para evitar o inchaço de automóveis nos centros. A preferência de táxis coletivos, ônibus, metrô, além do uso da bicicleta são boas saídas a fim de solucionar esse impasse. Só assim, consoantes essas medidas, o problema da mobilidade urbana será um obstáculo superado e o direito comum de ir e vir será assegurado a todos.