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Enviada em: 27/09/2017

Aumento nas tarifas. Superlotação. Veículos sem manutenção. Acessibilidade precária. Trânsito caótico. Contrariando a Constituição Federal, que tem como uma de suas garantias fundamentais o direito de ir e vir aos cidadãos, a mobilidade urbana no Brasil apresenta inúmeros desafios relacionados a qualidade de serviços oferecidos, como os problemas nas malhas rodoviárias do país e a precariedade da acessibilidade nas grandes cidades, ampliando significativamente a insatisfação das pessoas dependentes desses meios de transporte.        É importante pontuar, de início, que a defasagem nos meios de transporte público, como ônibus, metrôs e trens, por exemplo, contribui para um exponencial crescimento no número de veículos particulares nas metrópoles brasileiras. No entanto, essa alternativa promove um trânsito caótico com engarrafamentos quilométricos, porque mesmo os grandes centros não estão estruturados – apresentam má sinalização e iluminação, buracos nos asfaltos, altos índices de violência – para suportar esse fluxo desordenado de carros, motos e ônibus. Outrossim, é a questão da emissão de gases poluentes para a atmosfera, como o dióxido e o monóxido de carbono, pelo escapamento dos veículos, pois, além de intensificar o efeito estufa, causando o aquecimento global, pode provocar problemas de saúde naqueles que passam horas em congestionamentos inalando esses gases.           Além disso, é necessário pontuar outra problemática da mobilidade urbana brasileira, a dificuldade na locomoção de pessoas limitadas fisicamente. Visto que a acessibilidade está diretamente ligada a locomoção na área urbana, e não há acesso se não há planejamento e investimentos em medidas inclusivas. Dessa forma, fica claro que essa insuficiência afeta a população em vários níveis, chegando até mesmo a provocar, por exemplo, males advindos do estresse, segregação e acidentes. Isso acontece porque não há conforto nem comodidade nos veículos que na maioria das vezes estão superlotados e as viagens duram períodos cada vez mais longos.       Fica evidente, portanto, que é essencial que o Governo aplique as verbas destinadas aos transportes na sua manutenção e acessibilidade e invista em projetos de mobilidade urbana e obras nas cidades, garantindo assim uma reestruturação e adaptação dos meios e demais vias de locomoção. Cabe à sociedade ficar atenta ao que é seu por direito e não esquecer o que as “Manifestações dos 20 centavos” representaram, reivindicando perante as autoridades responsáveis justiça nas taxas e prestações desses serviços, fazendo valer o que está escrito na Constituição.