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Enviada em: 29/09/2017

A Primeira Revolução Industrial tinha como objetivo a produção, obsoleta a qualquer outra ideologia. Com o advento da globalização o consumismo se torna cada vez mais verossímil, intensificando o progresso desestruturado. Dessa maneira, surge a problemática da mobilidade urbana, a qual persiste, ligada intrinsecamente ao pensamento capitalista, ora pela ineficácia governamental, ora pela lenta mudança na mentalidade de fração social.        É indubitável que o desamparo Estatal seja fator súpero sustentáculo da problemática. Para o eminente filósofo Hobbes, o homem em seu estado de natureza, torna-se seu próprio lobo, carecendo de um poder centralizado para ministrar harmonia. De forma análoga tal pensamento é rompido, haja vista que o Estado não corrobora de forma eficiente para minimizar o problema. Nesse contexto, ele constrói novas rodovias, contudo, incentiva a aquisição automobilística por diminuição de impostos. Não obstante, o resultado é visível nos imensuráveis engarrafamentos em grandes aglomerados urbanos- o governo não detém o lobo.             Outrossim, a lenta mudança da mentalidade em parcela social recrudesce o desafio da locomoção urbana. José Saramago em seu livro, "Ensaio sobre a Cegueira", descreve uma sociedade que paulatinamente torna-se cega. Metáforas a parte, é exatamente o que se sucede quando a comunidade almeja o consumismo, mas não tem estrutura para tal. Todavia, cada vez mais os indivíduos possuem veículos, cada vez menos as cidades dispõem de espaço.       Infere-se, portanto, a necessidade de mudanças governamentais e sociais. O Ministério dos Transportes, a fim de atenuar a problemática, deve intervir por meio de incentivos fiscais para promoção da diminuição da passagem de transportes coletivos, concomitantemente a construção de ciclovias, propiciando vantagens locomotoras e ambientais para o planeta. Em conjunção, para a cegueira ser efêmera e o lobo neutralizado, a sociedade deve trocar ideais capitalistas de outrora, por sustentáveis.