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Enviada em: 29/09/2017

Sair de casa às seis horas da manhã para entrar no trabalho as sete, pegar o caminho mais rápido, mas mesmo assim chegar quinze minutos atrasado. Esse é o cenário encontrado pela população nas cidades urbanas, deixando claro que a mobilidade é um dos grandes desafios da atualidade. No Brasil, esse problema pode ser explicado por acontecimentos históricos e medidas politicas que visavam o desenvolvimento a curto prazo e de forma inconsciente.        Primeiramente, faz-se necessário analisar a herança histórica da politica no país. Em 1920 o estimulo rodoviário teve inicio, mostrando ser a resposta para os problemas de circulação do século XX. Com os governos de Washington Luís e Juscelino Kubitschek essa ação se intensificou, tornando-se evidente com os lemas “Governar é abrir estradas e “50 anos em 5”. No período do governo militar essa pratica teve continuidade para “integrar e não entregar”. Também é preciso considerar a má destituição da população como um agente importante para o inchaço contemporâneo gerado por estímulos dados à migração para o sudeste na época da sua crescente industrialização e para o centro-sul por conta da soja.        Todas as medidas supracitadas estimularam a circulação de veículos particulares e que, atualmente, são apenas reforçadas devido ao quadro encontrado: superlotação, acessibilidade precária, falta de manutenção em veículos públicos, dificuldades de acesso encontradas pelos deficientes físicos e outras centenas de problemas advindos do pouco planejamento. Logo, o número de carros que transita com a quantidade mínima de passageiros aumenta, levando ao trânsito caótico o que fere a Constituição federal que garante o direito a todo cidadão de ir e vir. Pensando nisso algumas medidas foram tomadas como a criação das faixas exclusivas para ônibus e o rodízio de veículos, entretanto estas não se mostraram suficientes. Por conseguinte, em 2013 uma manifestação tomou conta do Brasil, levando cerca de vinte milhões de pessoas às ruas para reivindicar, não só os vinte centavos acrescidos as tarifas do ônibus, mas também uma reforma nos meios de transporte público, evidenciando uma enorme insatisfação popular.       Assim sendo, é fundamental que o governo aplique as verbas destinadas aos transportes para manutenção e melhoria da acessibilidade, além de investir em projetos relacionados à mobilidade urbana. A mídia, por sua vez, precisa ajudar na difusão dos projetos e na conscientização da importância do transporte coletivo. Cabe à sociedade continuar reivindicando seus direitos e não esquecer do real significado das manifestações, fazendo valer o que está escrito em nossa Constituição.