Materiais:
Enviada em: 04/05/2018

Pop art, street art, body art, expressionismo abstrato, arte cinética. Esses elementos representam a arte contemporânea, que prioriza o conteúdo em detrimento da imagem, surgida logo após a Segunda Guerra Mundial, o que evidenciam-se como extremamente recentes medidas as quais atendam à diversidade artística no Brasil. Essa relativa demora ilustra a carência de iniciativas que proporcionam visibilidade às diferentes formas de arte devido, sobretudo, à ineficiência do Estado brasileiro como produtor cultural e ao preconceito da sociedade frente a tal problemática.       É importante ressaltar, primeiramente, que quando o governo do Brasil transferiu a responsabilidade de financiamento direto das produções artísticas para empresas privadas, no contexto do neoliberalismo, por  meio da Lei Rouanet, demonstra-se o descomprometimento do poder público na distribuição e comercialização da arte. Nesse sentido, há seletividade das produções artísticas, na medida em que tal empresa escolhe aquelas que acarretam maiores lucros, não dando conta de democratizar a inserção de todos artistas amadores no meio profissional, o que implica, por sua vez, invisibilidade dessa categoria trabalhadora na sociedade. Dessa maneira, ampliar as oportunidades de trabalho legal para a diversidade artística do Brasil constitui um dos desafios a ser enfrentado.      Além disso, quando Theodor Adorno e Max Horkheimer enunciam a submissão da sociedade a padrões culturais estipulados por instituições que visam somente ao lucro, ilustra a falta de educação artística nos brasileiros, já que são orientados pela arte feita apenas para ser vendida. Nessa direção, as demais produções artísticas que não são divulgadas pelo marketing são subestimadas e, consequentemente, mais suscetíveis ao preconceito, como, por exemplo, o grafite, que é visto com certa pejoratividade ao ser comparado com a pichação, o qual é um crime. Dessa maneira, a cultura preconceituosa do Brasil também caracteriza um obstáculo a ser mitigado.       Fica claro, então, que o artista no Brasil não é visto com dignidade, haja vista as poucas chances que possui para ser protagonista social. A fim de fomentar práticas as quais minimizam os desafios enfrentados por tais cidadãos, o Ministério da Cultura deve incentivar projetos permanentes para o artistas mostrar seu trabalho a um público específico por meio de subsídios a universidades públicas ou a Companhias de Artes, porque, assim, a sociedade terá contato mais íntimo com as variedades da arte contemporânea. Outrossim, a tendência é valorizar e habituar os brasileiros à educação artística, apreciando-a.