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Enviada em: 02/05/2018

Na Grécia Antiga, a partir da criação da dramaturgia, a arte se tornou um forte meio social e pedagógico para aqueles que a praticam e que a assistem. Analogamente, nos dias correntes, as maneiras pelas quais a arte é produzida são, muitas vezes, decorrentes do que se é vivido e experimentado pela nação. Essa forma de expressão é um dos direitos que foram adquiridos pelos artistas ao decorrer da história, a liberdade de poder transmitir às produções artísticas visões próprias e sem censura. Entretanto, esse direito tem sido, corriqueiramente, violentado e silenciado por poderes públicos e, por conseguinte, fere os direitos de liberdade de expressão no ínterim atual.    Mormente, desde a Idade Moderna, quando na Europa os artistas, conhecidos como mecenas, pintavam capelas e santuários da igreja católica e ao fazerem deixavam, minuciosamente, críticas ao poder centralizado e à hipocrisia pregada do catolicismo, o anseio pela liberdade de expressão se fez presente e perpetuou-se até os dias atuais. Tendo esse cenário em vista, a influência desse modo de pensar integrou-se na Vanguarda brasileira, quando artistas compuseram músicas censuradas que criticavam a ditadura da época e lutavam contra o calar que o poder público estabelecia à população. No contexto hodierno, um acontecimento que fez lembrar da situação vanguardista, foi o decreto pelo prefeito de São Paulo, que ordenou a pintura por cima dos vários grafites que construíam a avenida 23 de Maio e abalou a sociedade artística.     Outrossim, é que devido ao forte uso de redes sociais, a falta de interesse por museus e teatros da população e o ínfimo incentivo do governo em relações que envolvem cultura, as produções artísticas têm sido, cada vez mais, abandonadas no país e o artista, ainda em meio acadêmico, é pouco incentivado a continuar exercendo essa carreira. Essa realidade é afirmada ainda mais na sociedade capitalista brasileira, pois diante das necessidades salariais, esses talentos são perdidos ao buscarem outra forma de sustento.    Dianto do exposto, é imprescindível que o Ministério da Cultura direcione e fiscalize as verbas para instituições e universidades de arte, com o intuito de sustentar o desejo do jovem artista e influenciar novas produções por meio dos incentivos de capitais, visando assim, aumentar a procura de estudantes na área. Como também, que esse mesmo ministério, busque transformar mais obras significativas para o país em patrimônio histórico e cultural brasileiro para que, talvez dessa forma, episódios de destruição, como ocorreram com os grafites da Avenida 23 de Maio, em São Paulo, não retornem a acontecer.