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Enviada em: 06/05/2018

As múltiplas ambivalências que giram em torno dos desafios da  produção artística no Brasil podem extrapolar as visões de Bauman para a ultramodernidade, inserindo-se em um campo extremamente complexo para julgamentos precipitados. Nessa dinâmica, dois pontos fazem-se necessários para a compreensão de tal problemática: a força da indústria cultural na atualidade e o preconceito com a produção artística popular.    Circunscrito a essa realidade, o esfacelamento das bases sociais é evidente, principalmente no que tange ao poderio da indústria cultural no Brasil. Inserida em uma lógica neoliberal, onde o consumo exacerbado torna-se regra na sociedade contemporânea, diversos artista se vêm obrigados a se enquadrar em um perfil moldado de produção artística, perdendo o poder da liberdade que a arte supostamente proporcionaria. Como Adorno já denunciava no século passado, há uma massificação do processo artístico que perdura até os dias de hoje, em que o esvaziamento de criticidade e a repetição de um determinado padrão são as características marcantes desse processo.    Nesse mesmo viés, outro ponto importante para a compreensão do problema é a não valorização da arte popular no Brasil. Condicionados por um processo educacional falho, em que a arte é vista nas escolas como algo distante da realidade e de difícil compreensão, a valorização de obras artísticas e dos profissionais relacionados a esse ramo é cada vez mais raro. Associado a isso, o preconceito com as obras produzidas de forma popular é constante, principalmente com o grafite e expressões artísticas de populações marginalizadas, demonstrando, desse modo, as fragilidades das relações interpessoais na atualidade e os desafios de ser um artista.    Logo, o problema necessita de medidas concretas e nao apenas de um belo discurso. Deve-se criar o projeto "Arte Brasil", através de secretárias de educação dos municípios, voltados a estudantes do ensino médio de escola públicas, com palestras e exposições de arte a fim de mostrarem que a arte encontra-se no dia a dia das pessoas e nao apenas nos livros.