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Enviada em: 01/05/2018

Cartase e criticidade             A arte é uma forma de representação de uma civilização, através da exteriorização de sua cultura e história, segundo Aristóteles. Dessa forma, evidencia-se a importância dessa atividade na sociedade, e questiona-se as razões para tal ato não ser valorizado devidamente, além de ser alvo de preconceitos, ao receber uma visão de profissão inferior às outras. Nesse sentido, analisa-se que os desafios para a produção artística no Brasil, persistem por ter raízes culturais e econômicas.              Mormente, observa-se que a prática artística sempre foi padronizada pelas camadas sociais mais prestigiadas, e em virtude disso, toda forma de expressão divergente ao considerado belo e aceitável, é constantemente atacado por críticos e cidadãos. A exemplo, há o caso do pintor Van Gogh, que viveu à margem da sociedade artística, pois não seguia as normas estabelecidas, e em decorrência disso, morreu sem receber seu devido valor. Dessa maneira, é perceptível que a arte, no Brasil, não é democrática e igual, uma vez que a perseguição ao diferente ainda é presente no cotidiano e causa a repressão de artistas talentosos, condenados a viver no anonimato.                 Outrossim, é importante ressaltar que com a concretização do Capitalismo, a arte se tornou um produto, feito para ser vendido e disseminado, sem ater-se ao conteúdo e as reflexões críticas que ela poderia trazer a uma sociedade cada vez mais fria e robótica. Em face a isto, pode-se corroborar o pensamento de Adorno e Horkheimer de que a produção artística tornou-se uma indústria e que seu objetivo não é mais o de fazer manifestos e opiniões, e sim, criar um produto igual a todos os outros pré-existentes e torná-lo rentável, ao atingir um público sem senso crítico e massificado.              Logo, é indubitável que a arte no Brasil tem sido desvalorizada em função da falta de comprometimento social e cultural de boa parte da população, o que deve, portanto, ser modificado. Tal feito se dará por meio de uma mudança na grade curricular escolar, feita pelo Ministério da Educação, em que serão acrescidas mais horas à disciplina de história da arte, além de aderir disciplinas como música e dança, para que seja construída uma civilização crítica e entendida, que saiba valorizar os diversos tipos de arte e artistas, dando assim, espaço para as minorias neste meio. Além disso, é necessário maior investimento do Governo Federal no Ministério da Cultura, para que este possa ajudar os profissionais dessa área, por meio de investimento financeiro e publicitário. Feito isso, os brasileiros caminharão a uma coletividade mais inteligente, crítica e sensível à cartase que a arte proporciona.