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Enviada em: 07/05/2018

A arte não possui um conceito definido e ao longo do tempo a sua função variou. Já foi usada pela Igreja Católica Medieval como forma de educar fiéis através do olhar e pelos gregos como forma de representar o belo. No Brasil, a produção artística atual encontra grandes desafios relacionados ao debato do que é arte e as consequências dessa instabilidade.      Em um primeiro momento, é necessário compreender como o fato da arte não possuir um conceito causa problemas. Uma vez que não há uma definição clara, artistas são livres para criar obras diversas que permitem múltiplas interpretações. Como resultado, confusões e polêmicas são facilmente criadas como as geradas em torno das exposições "Queermuseu", realizada em Porto Alegre e a "La Bête", em São Paulo, que foram acusadas de desrespeitar a religião cristã e incentivar a pedofilia.      Diante desse cenário, os autores das obras acusam serem censurados. Indubitavelmente, na história brasileira, a repressão da arte foi comum durante o século XX, atingindo o seu auge durante a Ditadura Militar, na qual muitos artístas tiveram suas obras censuradas pelo Governo. Na atual conjuntura, os produtores de arte criticam o fato de protestantes quererem cancelar exposições e controlar outras formas de expressão artística por conterem conteúdos polêmicos como uma forma de censura. Logo, o direito de liberdade de expressão, garantido pela Constituição de 1988, estaria sendo ferido.       É preciso, portanto, que medidas sejam tomar para que a produção artística seja protegida da censura. Cabe ao Ministério da Cultura destinar maior verba a museus para que a liberdade de expressão seja reafirmada por meio de exposições de arte com conteúdos variados, incluindo aqueles que podem ser considerados polêmicos. Dessa forma, ao mesmo tempo que o debate será instigado, a censura de obras será evitada, dando a liberdade para criação de peças que desafiem o tempo atual.