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Enviada em: 03/05/2018

Não é de hoje que, no Brasil, a escassez de produção artística apresenta-se como um problema a ser resolvido. Isso advém da mudança de mentalidade em relação à arte, porque, se outrora, na antiguidade, mais especificamente em Grécia e Roma, a arte era tida como elemento fundamental do cotidiano, hoje, ela é deixada de lado, e vista como algo inútil. Isso denota a explícita relação entre produção artística e o capitalismo, e entre a falta de incentivo nas escolas.                                                      Dentre as inúmeras razões para o cerne disso figuram em destaque duas. A priori, com a Terceira Revolução Industrial o mundo ficou, de certo modo, intrinsecamente ligado aos horários, ou seja, as relações são pautadas pelo relógio. Desse modo, visitar um museu, ir a um concerto de música, tornou-se uma tarefa quase impossível, uma vez que não gera nenhum tipo de lucro ao praticante da ação. Isso desvaloriza o trabalho de artistas, principalmente se esses forem independentes, e de instituições como teatros e museus, marginalizando a arte.                                                                                                 Há de se saber, ainda, que a grade curricular das escolas preza muito pelas ciências exatas, não dando o devido valor às ciências humanas. Nos colégios públicos, principalmente, não há aulas de artes, música, ou algo que estimule os alunos a desenvolverem um pensamento crítico em relação à sociedade. Sob essa conjuntura, a visão proposta pela primeira Geração Modernista , por meio do movimento antropofágico e pela influência das vanguardas europeias, de que arte era mais que um simples poema sofreu grande rejeição na época. Analogamente, a arte do século XXI, tida como moderna, sofre grande rejeição da sociedade por tratar de temas polêmicos de temática social,  isso nos impede de ter um país marcado pela forte inclusão artística.                                                                   Convém, portanto, que o Estado amplie a já existente Lei do incentivo à cultura, promovendo subsídios, com o dinheiro da arrecadação dos impostos de renda, aos artistas e em troca esses realizem mostras culturais gratuitas, visando atingir o público que não tem condições para frequentar os espaços privados de arte. Às escolas, cabe reverter o cenário predominante no Ensino Fundamental e Médio, inserindo mais aulas de artes e música, além de promover feiras escolares cujo objetivo seja despertar o talento das crianças e jovens.