Materiais:
Enviada em: 05/05/2018

Como pode a palavra arte ter um significado, em muitos momentos, desagregador quando seu objetivo primeiro foi nos aproximar, comunicar através dos variados significantes? Imersa em diferentes contextos, a produção artística brasileira tenta se conectar e se tornar visível à maioria, porém encontra estereótipos socioeducacionais além de barreiras político-econômicas desafiadoras.       "Se nada der certo vou fazer miçanga" ou "Vou vender minha arte na praia" são algumas das frases amplamente divulgadas que demonstram a "imagem" depreciativa que muitos possuem sobre a obra artística no Brasil, mais especificamente à arte de "rua", de raízes populares, entendendo o fazer popular como algo pouco desenvolvido ou longe da cultura dita mais erudita. Esse entendimento perpassa milênios, uma vez que o observamos desde as civilizações gregas, quando os mesmos pensaram a arte e suas funções associando-a aos costumes dos "cidadãos", da mesma forma em nosso país onde produções - como o grafite e pintura em cerâmica - não ganham espaço em grandes galerias por serem atribuídas à pessoas que nunca frequentaram escolas, tampouco especializadas.       Outrossim, fatores político-econômicos também segregam, na medida em que é necessário "criar espaços apropriados", tal como mencionado pelo prefeito da cidade de São Paulo João Dória, em 2017, ao se posicionar contra os desenhos de grafiteiros nos muros das grandes avenidas paulistas, sendo possível compreender que a arte popular, então, se dissocia de uma "sintonia fina" e é vista como rebelde, logo, desconstrutora de conceitos e fora de contextos rebuscados.       Para que produção artística no Brasil ultrapasse todos esses entraves, urge a necessidade de melhor aproximação da sociedade em geral a arte por meio da introdução de uma educação artística, durante todo período escolar, incentivada por políticas educacionais as quais levem em consideração as diferenças regionais do país, além de valorização dos professores, auxílio midiático e demais órgãos competentes.