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Enviada em: 04/05/2018

O fazer artístico sempre acompanhou o ser humano desde o seu surgimento. Durante o período pré-histórico, a arte funcionava como registração do cotidiano e ferramenta para compreender a realidade em que se vivia. Com o passar dos séculos, as noções sobre arte foram se alterando e adquirindo novas interpretações, como a dimensão social tão evidente nas Vanguardas Europeias. Apesar da importância inegável da arte para a humanidade, a produção artística no Brasil contemporâneo encontra diversos desafios para a sua manifestação plena, seja pela falta de reconhecimento profissional ou pelo acesso limitado às obras de arte.    Em primeiro lugar, o estigma social sobre os pequenos artistas gera desvalorização da obra executada por esses profissionais. Quando os filósofos Theodor Adorno e Horkheimer cunharam o termo Indústria Cultural, evidenciavam o processo de transformação da arte em produto, desse modo o artista reconhecido passa a ser apenas aquele que atua nas grandes emissoras de televisão, negligenciando todo um segmento social composto de músicos, escultores, pintores e atores do teatro que não estão em evidência nessa "espetacularização" da arte que visa lucros exorbitantes.      Ademais, o distanciamento entre a arte e o público dificulta a produção artística. Em " A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica", Walter Benjamin discute a perda de autenticidade da obra, já que por um lado a técnica ampliou o acesso das massas à arte, no entanto, por outro, favoreceu a compreensão dessa forma de manifesto como entretenimento. Assim, a arte perde sua dimensão crítica e relevância para grande parcela da sociedade a medida que a democratização do acesso à produção artística se torna mais escassa e a visitação de museus ou exposições restritas à elite.    Dado o exposto, nota-se que o pouco reconhecimento dos artistas pelos brasileiros e a necessidade do acesso a arte ser mais democrático se impõem como desafios para a produção artística. Portanto, é preciso rever o ensino de Arte desde a mais tenra idade, visto que as impressões causadas neste primeiro contato impactarão o olhar do indivíduo adulto sobre o fazer artístico, assim é preciso que o Ministério da Educação ,em diálogo com pedagogos, reformule esse ensino com a introdução gradual da História da Arte já na educação primária, a fim de que a noção de arte limitada aos desenhos de temas livres e pinturas seja revertida e a Arte seja valorizada por sua importância histórica. Além disso, é necessário que os Municípios criem mecanismos próprios de incentivo à produção artística e à democratização da arte realizando, por exemplo, festivais de cultura. Logo, será possível estimular o desenvolvimento artístico no Brasil e, consequentemente, alcançar o enriquecimento cultural e a formação identitária sólida do país tão almejada pelos Modernistas da primeira Geração.