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Enviada em: 26/06/2017

Vaias e gritos! Foi essa a reação de parte dos espectadores ao ouvirem o poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira, na Semana de Arte Moderna de 1922, por não concordarem com os ideais modernistas. Transcorrido esse período, nota-se que a notoriedade dos variados projetos artísticos ainda encontra empecilhos, seja pelo desconhecimento do grande público, seja pela baixa representação midiática, o que requer assim medidas enérgicas.      Segundo Kant, o conceito de belo por um indivíduo é verificável por meio da intuição e reflexão, conforme suas perspectivas interiores. Todavia, casos de pouca criticidade em meio à pluralidade artística nacional são preocupantes. A exemplo, obras do pintor Romero Britto são ovacionadas pelo público internacional e rejeitadas por muitos artistas plásticos, enquanto o caráter marginalizante, por alguns, à grafiteiros e elogiável, pelos demais, devido ao tom crítico à paisagem urbana, contradizem-se aos parâmetros de reconhecimento e visibilidade dos seus criadores.         Além disso, a relevância das mídias na disseminação da produção artística é inegável. Entretanto, a preponderância de alguns trabalhos em detrimento de outros, corroboram ao preconceito e à instabilidade financeira e laboral dos profissionais da área. Concomitante a isso, críticas pelo beneficiamento de certos setores à Lei Rouanet, que foi criada com intuito de investir em produções culturais por meio de investimentos de capital privado, induzem assim à uma reversão deste quadro.         Diante dos fatos expostos, para dignificar o trabalho da classe artística brasileira é imprescindível o trabalho mútuo entre Ministério da Cultura e empresas de publicidade e tecnologia a fim de criar sites e aplicativos que funcionem como galerias virtuais, além de exposição em vídeos de grupos de teatro, dança e similares, para valorizar o regionalismo. Assim, através de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e da Lei Rouanet, haverá a viabilidade de aquisição de obras ou contratação de profissionais pela democratização da arte, pelo baixo custo e fácil acesso. Dessa forma, tais atitudes contribuirão a um novo viés para a arte nacional.