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Enviada em: 20/06/2017

Ano de 1964, fragilidade na democracia brasileira, a ascensão dos militares ao poder e o começo da supressão da liberdade de expressão artística iniciada pelo então ditador militarista Castelo Branco. Dessa forma, percebe-se que os desafios brasileiros quanto à produção de arte no país não são hodiernos e, semelhante a essa época, constata-se, no Brasil contemporâneo, várias dificuldades que, dentre elas, destaca-se o preconceito generalizado e a falta de incentivo do Governo para tanto. Em um mundo cada vez mais globalizado, assim como descrito nas obras do geógrafo Milton Santos, as culturas locais rodeiam-se - de forma semelhante ao Brasil atual - em torno da produção de riqueza material e, portanto, negligencia-se a produção do patrimônio artístico, marginalizando, assim, os criadores desse conteúdo. Desse modo, uma vez que não é dado o devido valor às obras criadas pelos artistas, desestimula-se esse nicho, a arte começa a refugiar-se nas classes altas - que, em geral, possuem mais erudição - e, por fim, instiga-se o processo de elitização da cultura. Além disso, em meio da maior crise econômica e política do Ocidente contemporâneo, o Governo - instituição que firma o contrato social, como explicitado pelo filósofo contratualista Thomas Hobbes, por meio da garantia da ordem pública e dos direitos inalienáveis, como a exposição do povo à arte - torna-se incapacibilitado para tanto. Dessa maneira, sucateia-se o meio artístico por causa da falta da alocação de verbas para ele, aliena-se a população - pois, sem cultura, a quebra das amarras históricas e paradigmas sociais tornam-se quase impossíveis - e, enfim, aos poucos, esse nicho é menosprezado e extinguido. Logo, fazem-se necessárias intervenções para que essa realidade seja revertida. Para tanto, cabe ao Ministério da Fazenda a realocação de parte do orçamento público, destinando esse montante ao incentivo à produção da arte no Brasil. Ademais, compete ao Ministério da Cultura a criação de projetos que possuam como base a fomentação da arte por meio da divulgação de peças artísticas nas escolas públicas periféricas para que, portanto, acabe-se com o preconceito para com o meio artístico e, sobretudo, para que a cultura brasileira seja deselitizada.