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Enviada em: 26/06/2017

O filósofo vienense Ludwig Wittgenstein acreditava que a arte era um meio possível de encontrar a solução para os diversos conflitos que cercavam a vida humana. De acordo com ele, de um modo geral ela poderia conduzir a vida a um fim positivo, no sentido de uma satisfação ou uma liberdade. Atualmente no Brasil, desafios como a seleção do que é ou não arte e a ação do atual prefeito da grande São Paulo indignam a população artística de nosso país, uma vez que inviabilizam a concepção de liberdade que essa passa para esses artistas.     A definição do que é a arte sempre foi muito questionada por vários pensadores e até hoje um conceito "absoluto" sobre sua essência é pesquisado. Entretanto, diversas pessoas tentam selecionar o que deve ou não ser considerado como parte dela e ignoram o fato de o que para muitos é visto com anormalidade, para outros pode ser visto com regularidade, ou seja, não há certo ou errado, pois a imensidão de ideias que ela nos traz não se enquadra muito bem em conceitos particulares ou concretos.     Em janeiro de 2017, o atual prefeito da cidade de São Paulo João Doria (PSDB), declarou "guerra" contra pichadores, grafiteiros e artistas de rua ao realizar a ação denominada "maré cinza". Doria apagou parte do mural de grafites da avenida 23 de Maio o que causou grande revolta na população artística. Apesar da pichação em locais privados e públicos ser considerada crime, ela é vista como uma forma de expressar-se para inúmeros artistas urbanos cujo principal objetivo não é praticar atos contra a lei, mas sim satisfazer suas necessidades vinculadas à liberdade ou dizer algo, uma vez que em muitos casos esses locais são os únicos meios que essas pessoas tem para deixar sua identidade registrada e "ser notado".    Para que esse quadro caótico seja atenuado é necessário que haja a criação de mais áreas destinadas a produção artística nos grandes e pequenos centros urbanos, a fim de proporcionar uma maior variedade de lugares adequados para os artistas de modo geral expressarem-se, assim como práticas políticas ligadas ao acesso ao entretenimento e a cultura que tentem entender os motivos pelos quais os artistas contemporânes produzem suas artes e incentivem essa população a exprimir suas ideias sem causar danos ao patrimônio público e privado.