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Enviada em: 24/06/2017

O Brasil vive a banalização da produção artística. A questão vem sendo tratada com importância menor daquela que realmente merece. Em tempos de crise econômica, com desaquecimento da economia, ocorreu um recrudescimento do conservadorismo, igualmente refletido na produção artística. Há uma repressão às produções culturais de viés mais vanguardista em detrimento de uma política de massificação pedagógica e educacional.       Logo na primeira semana do governo Temer, em maio de 2016, houve a redução de status do Ministério da Cultura (MinC), que foi transformado em secretaria e subjugado ao Ministério da Educação, o que significou um orçamento menor bem como menor potencial de investimentos na área. Não fosse a mobilização da classe artística, o presidente, à época interino, não teria recuado e recriado o MinC. O estímulo ao desenvolvimento artístico no Brasil é pobre e tão tremendamente menosprezado que, através da MP 746, que alterou a Lei 9394, de diretrizes e bases da educação, a disciplina de Educação Artística não sera mais obrigatória no currículo educacional.         Outro problema recorrente da questão cultural no território nacional é a inabilidade dos próprios setores artísticos em aceitar e reconhecer manifestações diferentes das suas como válidas e igualmente parte da miscigenação que há no Brasil. Há um preconceito da suposta elite econômica e intelectual com movimentos como o rap, o funk, por exemplo, que são taxados como ''coisa de pobre, bandido e ignorante''. A desunião entre o próprio meio artístico igualmente impede uma maior disseminação da produção cultural no Brasil, impedindo que haja um maior respeito ao setor, inclusive por parte do Poder Executivo.            A incapacidade do meio de se fazer respeitar também pode ser encarada como um dos fatores causadores do pouco caso da Administração Pública para com a cultura. O caminho para a transformação da produção cultural passa por incentivos à educação de base em todas as unidades da federação, em seus sistemas de educação e do MEC no caso das instituições federais de ensino. Aliando o planejamento pedagógico educacional clássico, mas também atividades extracurriculares de expressão artística e corporal, estará se formando um cidadão com um viés aberto de mundo e que valorize a cultura em todos os seus aspectos.