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Enviada em: 24/06/2017

Desenhos nas cavernas, pinturas renascentistas, esculturas com lixo. Naturalmente, o homem sempre teve necessidade de se expressar por meio da arte, demonstrado como uma das primeiras linguagens usada por crianças, antes mesmo da escrita, através de pequenos rabiscos. Contudo, algumas manifestações artísticas atuais, têm representado grandes conflitos para a sociedade, por haver um desrespeito com a cidade e a falta de prestígio aos artistas.           Em uma primeira abordagem nota-se que grafites e pichações, em propriedades públicas e privadas, efetuam a destruição do patrimônio nacional(uma das mais importantes artes históricas) e prejuízos para muitos proprietários, colocados por muitos como vandalismo. Entretanto, como afirma o filósofo grego Aristóteles, a arte como um todo desperta o sentimento de catarse, que provoca um olhar para os problemas individuais e sociais. Assim, não se pode negar ou punir uma crítica tão importante para o país, uma vez que são esses artistas que vivem os piores problemas sociais de discriminação e preconceito, antes deve-se equilibrar a proteção das duas artes envolvidas nos processos.           Um outro ponto importante diz respeito do olhar discriminatório dos indivíduos sobre os artistas, como ocorrido, a partir da libertação dos escravos no Brasil em 1888, sobre a prática de capoeira que, apesar de ter sido usado como agressão em alguns momentos, representava a cultura de um povo desprezado. Tais atitudes perpetuam o etnocentrismo brasileiro da população e da legislação, por conta do grafite e a pichação serem a arte das camadas mais pobres, associando a marginalidade. Todavia, esta visão cidadão desperta ou intensifica, assim como naquela dança, o caráter violento dos praticantes dessa pintura, que não será mudada apenas com leis ou proibições. Negando, o que o historiador Roberto Damatta afirma, o olhar para o passado evitando ou solucionando problemas futuros, por meio de experiências antes vivenciadas.            É indispensável, portanto, que a Secretaria da Urbanização desenvolva projetos arquitetônicos modernos com espaços livres para a manifestação artística dos grafiteiros e pichadores, não negando os seus direitos de expressão ou excluindo essa nova cultura. Além do Iphan, como órgão protetor do patrimônio público, intensificar a fiscalização contra a degradação do bem coletivo e privado das construções, para evitar tentativas maldosas de poluição visual. Ademais, é importante que o Ministério da Cultura, crie campanhas de conscientização social, para a população em geral, sobre o respeito às novas artes do cotidiano e, simultaneamente, outras palestras mais específicas aos artistas, sobre o respeito a parte material das cidades. Criando assim, perspectivas de aceitação e consideração dos grandes centros urbanos e dos livres construtores de um novo patrimônio artístico.