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Enviada em: 25/06/2017

Com a Independência do Brasil, em 1822, nasceu a necessidade da construção de uma identidade nacional, com cultura subjetiva, a fim de propagar um sentimento de pertencimento à nova nação. Nesse contexto, surgiram as Missões Artísticas e os primeiros movimentos literários, características da cultura referida, porém, que repudiavam as camadas mais baixas da sociedade. Hodiernamente, esse preconceito, ainda existente, é corroborado pelas desigualdades sociais que atingem o aspecto cultural, bem como pela discriminação com a arte urbana.               Segundo o escritor francês André Malraux, "a cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, através dos séculos, capacitou o homem a ser menos escravizado". Dessa forma, a desigualdade social, a segregação espacial e a desorganização das cidades, no que tange a um espaço adequado para a prática das artes, são fatores impulsionadores para a crescente necessidade de visibilidade e projeção social dos jovens periféricos. Esses, destituídos do sentimento de pertencimento à uma nação, acabam por optar pela criminalidade ou pichação, numa tentativa de libertarem-se da escravidão moderna.                Sob essa mesma ótica, o Grafite, surgido no Brasil, em São Paulo, no final da década de 1970, ascendeu rapidamente por se tratar de uma maneira, aderida especialmente pelos jovens, para expressarem suas intrínsecas opiniões e críticas quanto às questões sociais e opressoras, que refletem mediante a realidade dos indivíduos menos favorecidos na sociedade. No entanto, essa arte urbana é subjugada à discriminação e analisada constantemente como vandalismo, o que atenua seu valor, bem como a liberdade de expressão dos praticantes. Outro entrave relacionado a essa questão é a ausência da inclusão do Grafite na paisagem urbana, impedindo o avanço da produção artística cultural no Brasil.          Infere-se, portanto, que medidas devem ser tomadas para solucionar a problemática da conjuntura apresentada. Com isso, o Ministério da Educação deve corroborar os projetos de cunho cultural, realizados nas zonas periféricas, a fim de conferir aos jovens dessas localidades maior visibilidade social e sentimento de pertencimento a um conjunto. Além disso, o Poder Legislativo dos Estados devem criar leis que possibilitem a inclusão da arte urbana na paisagem das cidades, com o intuito de promover o avanço da produção artística no Brasil. Ademais, a mídia deve desmistificar, mediante campanhas midiáticas, o preconceito artístico para com as camadas desfavorecidas . Dessa forma, a melhoria será progressivamente eficaz na construção da identidade nacional.