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Enviada em: 26/06/2017

Manifestações artísticas podem ser expressas de diversas formas, na literatura, música, dança, pintura e grafite. Este último, considerado como arte urbana, muitas vezes não é bem visto, em decorrência de uma possível confusão com o termo pichação, que é um crime. Nesse contexto, é importante que dois fatores sejam abordados em relação aos desafios dessa produção no Brasil, a questão social envolvida entre os artistas e a sua função poética-política.       Cabe apontar, primeiramente, que, muitos futuros grafiteiros foram antigos pichadores. A falta de investimento social relacionado a cultura, diversão e entretenimento, à algumas camadas mais baixas da sociedade podem fazer com que jovens busquem as ruas e formem tribos que tem como lazer desenhar e escrever em ambientes públicos e privados sem autorização. Comprava-se isso pela quantidade enorme de espaços com pichações nas cidades brasileiras, apesar da penalização legal. Observa-se também que o incentivo, familiar, escolar e governamental, à essa e qualquer outra arte é pequeno, o que contribui para que esse artista permeia por essa etapa degradante.       Ademais, por expressar a realidade social, o grafite pode ter importante função politica, quando destaca ambientes que merecem atenção estatal e que poderiam receber investimentos para uso em sociedade. Entretanto, quando em pichação, pode tornar-se, muitas vezes, agressiva. Comprova-se isso pelas frases de efeito contra determinadas situações ou personalidades de um governo, como o "Diretas Já", na ditadura, "petista bom é petista preso", no governo Dilma e "fora Temer", atualmente, além de pinturas em espaços públicos abandonados, que de certa maneira, também influenciam na percepção politica.      O reconhecimento do grafite como uma arte é, portanto, necessário e deve ser incentivado. Para isso, o poder politico local deve ser capaz de identificar na voz da pichação os problemas sociais que precisam ser investidos, como a educação e lazer das comunidades, para que esses jovens tornem-se artistas e não criminosos. Além disso, há grandes diferenças entre pichações e grafites e, cidadãos precisam saber disso, por isso essa cultura deve ser disseminada por parte desde grandes gestores nacionais, mídia e a micro esfera dos indivíduos, para que espaços sejam reservados para essa produção artística e, que ela seja aceita nesse meio como tal qual ela é. Tais ações, de certa forma, poderiam contribuir para a diminuição das atitudes distorcidas dessa arte.