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Enviada em: 25/06/2017

A forma como a arte é tratada e promovida pelo poder público é de extrema importância para determinar a maneira como ela alcança a sociedade. Embora no Brasil exista políticas de incentivo às artes, o dinheiro é destinado para que artistas produzam suas obras sem que o público tenha o interessa de vê-las. Portanto, a arte não consegue chegar até as pessoas, o que a faz não ter sentido.           O mais importante para um artista é o público, a platéia, o alcance da sua arte. Apesar disso, os governantes criaram uma lei para garantir as verbas de projetos artísticos com dinheiro público, como a lei Rouanet, porém não se preocuparam em garantir o interesse da população. Enquanto isso, o país não consegue garantir cinemas, teatros ou oficinas de arte para os seus cidadãos, já que os ingressos são caros ou até mesmo porque essas estruturas não existem.         Assim, o poder público não se preocupa com a falta de interesse por cultura, o que é o cerne da arte, pensam somente em garantir que a classe artística faça suas obras, garanta suas vontades artísticas e não se unam contra o governo. Assim como o poder público tem suas responsabilidades diante do desinteresse da população por arte, a classe artística também as possui. Pois, da forma como a nova política de cuidado das pichações, murais ou grafite em São Paulo está sendo tratada por essa classe, distancia ainda mais as pessoas. A arte não deve e nem precisa ser imposta, precisa ser buscada. É encarregada de garantir que as pessoas possam se expressar, o que é importante, mas o desejo do dono do muro também precisa ser respeitado. O que não exime o prefeito do dever de garantir locais em que os artistas de rua possam se expressar.            A arte está intimamente ligada à liberdade. E isso foi de fundamental importância para garantir que o que se pensa e o que se sente fosse percebido em um período de repressão da história desse país. É necessário que haja vários Alex Vallauri com seu grafite e Geraldo Vandré com sua música de protesto para garantir que a sociedade consiga ser ouvida. Por isso, a necessidade de se fazer um programa em que a arte seja valorizada pela população.           Embora a população brasileira tenha mostrado desinteresse por arte, o poder público criou cargas tributárias para empresas que conseguiram aumentar o interesse dos jovens pelo audiovisual. Exemplos dessas empresas são Spotify e Netflix. É necessário que o congresso nacional tenha consciência da necessidade de cultura na vida dos seus cidadãos. Sendo assim, primeiramente é preciso desonerar esses tipos de programas que facilitam o acesso à música e filmes, criar incentivos fiscais para que empresas financiem produções artísticas e uma linha de crédito com juros subsidiados para empresários que queiram investir em escolas de arte, construir cinemas ou teatro, por exemplo.