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Enviada em: 25/06/2017

O Pré-Modernismo, ocorrido no Brasil entre as décadas de 1910 e 1920, foi caracterizado pelo rompimento dos limites impostos pela tradição artística no país. Nesse contexto, as obras de Anita Malfatti foram severamente criticadas por Monteiro Lobato devido às novas técnicas utilizadas. Hoje, embora o movimento modernista tenha proporcionado maior liberdade de expressão aos artistas, a produção de determinadas obras ainda encontra obstáculos. Entre os fatores que corroboram para a problemática estão o déficit informacional da população, atrelado à valorização da Indústria Cultural.      A priori, é preciso ressaltar que o preconceito existente em relação a determinadas obras decorre do limitado contato e conhecimento acerca dos objetos em questão. De acordo com a filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre o ser humano não nasce pronto e tem, dessa forma, a possibilidade de se construir. Nesse sentido, para que a formação do senso crítico de um indivíduo possa ocorrer de maneira plena, ações que promovam o contato com diversas expressões culturais e suas ideologias devem ser executadas. No entanto, em muitos casos, as principais instituições responsáveis pela formação educacional - família e escola - não promovem tais práticas. Como consequência, atos de intolerância à determinadas formas de arte se tornam frequentes no meio social.     Em paralelo, a massificação cultural propagada na sociedade reforça a aversão a obras que não condizem com os padrões pré-estabelecidos. Para Norbert Elias, sociólogo alemão, a supervalorização de determinadas expressões em detrimento de outras consiste em uma atitude etnocêntrica. Nesse âmbito, no Brasil, produções estrangeiras são popularizadas entre os indivíduos enquanto peças nacionais são descredibilizadas. Essa atitude evidencia importância de desenvolver ações que estimulem a comunidade a ter um maior contato com valores brasileiros.      Fica claro, portanto, que medidas são necessárias a fim de minorar os desafios da produção artística no Brasil. Para tanto, ONGs podem promover, em parceria com artistas voluntários, projetos comunitários que ofertem cursos voltados para a área cultural. Ademais, cabe às escolas promover aos alunos o contato com diferentes expressões artísticas por meio das aulas práticas de Artes, além de desenvolver debates, nas aulas de Sociologia, acerca da importância da alteridade no meio social. Dessa maneira, gradativamente, a influência da Indústria Cultural pode ser reduzida e a apreciação por valores nacionais pode aumentar.