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Enviada em: 02/07/2017

Liberdade, igualdade, fraternidade e arte      Após um período de forte repressão política, controle da liberdade de expressão e exilamento de inúmeros artistas no período militar, a produção cultural se intensificou no Brasil com a abertura de diversas escolas artísticas e com o crescimento de programas de incentivo financeiro e fiscal à cultura pelo governo. No entanto, ainda hoje no país a produção cultural demanda maior e melhor apoio governamental e valorização por parte da população.    Em primeira análise, nota-se que o ensino de arte nas escolas necessita ser aprimorado e intensificado, já que há uma ignorância e desvalorização da população brasileira à diversos segmentos culturais, principalmente no que concerne à cultura erudita ou à fração que está fora da mídia televisiva. Por falta de entendimento e de estímulo à apreciação da arte, as pessoas tendem a ignorar ou desvaloriza as produções artísticas que não têm apelo comercial, o que acarreta maior dificuldade dessas obras de ganharem visibilidade e serem financiadas, por conseguinte. Isso faz com que artistas de qualidade deixem o país em busca de maior valorização e apoio financeiro, a exemplo de cineastas como Fernando Meirelles e Walter Salles que produziram grandes obras icônicas dependendo de suporte internacional.     Além da escassez de incentivo nacional, há também uma valorização cultural seletiva de uns segmentos em detrimento de outros. Isso se deve ora por nepotismo e tráfico de influência de pessoas que ocupam cargos de importância em grades instituições cujo dever é democratizar o acesso à arte, ora por políticos e grandes organizações cujas intenções são de exercer controle político-social da população para promover subjugação cultural, segregação e manter as elites já estabelecidas no poder.  Para tanto, nota-se que foi instaurado recentemente uma CPI para avaliar o trabalho não transparente de servidores do PRONAC - instituído pela Lei Rouanet a fim de fomentar ações culturais no Brasil.    Fica evidente, portanto, que a produção cultural no país requer ampliação e aperfeiçoamento do apoio governamental, além de uma maior valorização por parte da população. Mostra-se necessário que o Ministério da Educação aumente as horas da disciplina Arte na grade curricular e promova eventos culturais nas escolas para difundir a cultura de forma ampla no país. Cabe também ao Estado ampliar os recursos destinados a cultura, aprimorar os mecanismos de financiamento e tornar as ações do PRONAC mais transparentes, menos  seletivas e tendenciosas, o que pode ser feito por exposição dos trabalhos em sites e por pesquisas de opinião popular. O incentivo à cultura é como o quadro de Delacroix, significa libertar o povo da ignorância e promover o desenvolvimento de uma nação.