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Enviada em: 02/07/2017

Silêncio no museu               Fazer inúmeras gerações tentarem compreender o motivo de um sorriso encabulado ou aproximar um jovem Napoleão de sua mãe ausente no momento da coroação demonstra o caráter fundamental da arte nas representações sociais. No Brasil, apesar da existência de um conjunto artístico rico e diversificado, há empecilhos que impossibilitam o real envolvimento da população com esse acervo. Em vista disso, uma ampla discussão acerca dos fatores culturais e acadêmicos envolvidos nessa problemática é importante para a coletividade.               Em meio a uma estrutura social marcada pela mecanização de ideias para obter lucro, o artista adquiriu estereótipos de pessoa ociosa. Expressões como “vender arte na praia” demonstram essa realidade que, consequentemente, define o que é o fazer artístico no mundo atual. Logo, limita-se o conteúdo o qual classes populares têm acesso a programas televisivos que enaltecem o modo de vida desses grupos. Por conseguinte, é estabelecida uma desvalorização de profissionais que não são ovacionados pela mídia, prostituindo sua técnica por meros trocados.               Outrossim, vale ressaltar que o caráter geral da formação acadêmica artística brasileira prejudica a obtenção de trabalhadores capacitados na multiplicidade desse campo. Assim sendo, é dificultado o interesse dos jovens pela arte em decorrência de professores com conhecimento muito afunilado em determinada manifestação. Dessa maneira, cria-se um distanciamento dos habitantes de ambientes como museus, que a cada dia são menos frequentados, resultando na falência dessas instituições.               É necessário, portanto, que o Poder Legislativo aperfeiçoe mecanismos como a Lei Rouanet, garantindo a melhor distribuição de verbas para artistas desconhecidos, através de concursos culturais para selecionar os beneficiados. Para mais, é necessário que o Ministério da Educação promova a formação educadores cientes das várias expressões artísticas em voga, por meio de uma reestruturação dos currículos universitários ligados a essa área, garantindo melhor aprendizado nas escolas e geração de interesse pelos cidadãos. Isto posto, é possível amenizar o caos na vida do profissional da arte brasileiro.