Materiais:
Enviada em: 29/06/2017

Paranoia e Mistificação outra vez?  O enfrentamento Dória e grafiteiros não é o primeiro do cenário da arte, nem o último. Anita Malfatti predizia o modernismo e a semana de 22, entretanto de arte extremamente subjugada e desmerecida em Paranoia e Mistificação, de Monteiro Lobato. Nisso, depreende-se que seja por questões urbanistas como é o caso do projeto Cidade Mais Limpa ou conservadorismo em oposição a Vanguarda, arte gera debate e controvérsia.   Em trâmite no senado está a criminalização do funk, uma das representações musicais mais fortes do Brasil. O funk é atestado por esse projeto como crime a saúde pública das famílias, das crianças e dos adolescentes, mas se disse o mesmo da Tropicália, um forte articulador político da ditadura. Portanto, a arte representa o país e se o funk incomoda, é porque representa uma faceta ignorada pelos mesmos que julgam o projeto.     Dória, sob o prelúdio da urbanização, o senado, sob prelúdio da saúde pública, Monteiro Lobato, sob a defesa do conservadorismo negam nas críticas: uma cidade diversa e desigual, uma desestruturação familiar e pouco acesso à informação e o medo do novo. A sociedade muda e as dissonâncias crescem, a questão é a legitimação de uma arte mediante interesse. O mesmo que reclama do ataque a saúde pública brasileira têm os filhos no baile funk e esse que deixa a cidade supostamente mais limpa, tem uma base de apoio, que faz selfies nos muros de grafite de Miami.    Produzir uma representação traduz uma realidade, agradável ou não. O problema em si não é criar a arte, mas aceitar o que ela transmite. O desafio pode ser resolvido consultando os representantes de cada representação, por exemplo, antes de se limpar os muros paulistas, ver o que quem o grafita tem a dizer sobre o aparato público e como gostaria de ter a arte exposta.