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Enviada em: 02/07/2017

No filme O Sorriso de Monalisa, Katherine, professora, na década de 50, tenta desmistificar com suas alunas o conceito, preestabelecido, que a maioria das pessoas tem sobre arte, muitas vezes, reconhecida como sinônimo de erudito, determinado se é boa ou ruim por detentores do poder econômico. Longe das telas, essa definição ainda é complexa, fazendo com que produzi-la e sobreviver a partir de sua criação seja um desafio, sobretudo em uma país subdesenvolvido como o Brasil, onde artistas esbarram em falta de apoio governamental, de conhecimento e empatia da população.       Em nosso país, com o fim da ditadura tivemos avanço em relação à liberdade de expressão, como a Lei Rouanet, em 1991, na qual pessoas físicas e jurídicas podem destinar parte de seu imposto de renda para produções artísticas. Embora, esse projeto tenha arrecado bilhões desde sua implantação, devido à burocracia e a maior parte do montante ir para grandes projetos escolhido pelas empresas doadoras,não só inviabiliza o acesso democrático, como também a oportunidade de pequenos talentos sobreviverem, dessa forma segregando e dificultando o contato da sociedade com a arte.       Outrossim, quando Immanuel Kant fala sobre juízo estético, em que a beleza está no sentir, corrobora para não ratificação dos padrões do que é belo, esteriótipo definido em um país onde grafitar é crime, contrastando com o direito constitucional da liberdade de se expressar. Contudo, é natural a rejeição ao desconhecido, visto que, a aulas de arte no ensino público são limitadas por falta de estruturas e profissionais. Assim, formamos cidadãos alienados e incapazes de criar, porquanto o que é valorizado é a capacidade de se reproduzir, dessa maneira o artista continuará apenas "vendendo sua arte na praia".       Para que se reverta, portanto, esse cenário problemático, é necessário, prioritariamente, maior investimento em ensino, pois já disse Kant: o ser humano é aquilo que a educação faz dele. O Ministério da Educação em parceria com o da Cultura deve ampliar a carga horária da disciplina de arte, para que o senso crítico seja desenvolvido, desse modo a empatia e entendimento pelas obras será aflorado nas gerações vindouras. Ademais, o poder legislativo precisa fiscalizar e aprimorar a aplicabilidade da lei Roaunet, para que os valores sejam distribuídos para os pequenos projetos de maneira proporcional, isso pode ser feito com uma atualização dessa norma. Dessarte, o país poderá mitigar os impasses gerados pela falta de acesso à cultura em uma nação em desenvolvimento.