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Enviada em: 06/07/2017

O Brasil é detentor de uma diversidade cultural que o torna uma nação com um repertório artístico valioso e reconhecido internacionalmente.  Contudo, a produção artística do país esbarra em desafios, como a elitização histórica da arte, além das dificuldades de caráter político que ameaçam a manifestação livre da cultura. Tal fato dificulta a concretização de uma arte nacional ainda mais rica.      Nesse contexto, sem dúvidas,a história da arte no Brasil exerce um papel fundamental para toda essa problemática .Isso porque, infelizmente,  o fazer artístico no país, durante longos anos de história esteve concentrado nas mãos das elites, principalmente as relacionadas ao mundo urbano: comerciantes e funcionários públicos. Até a Semana de Arte Moderna (1922), por exemplo, não houveram outros movimentos no Brasil que, assim como os modernistas, desenvolvessem projetos claros de democratizar o acesso a arte e criação artística. Em consequência disso, formou-se na sociedade um hábito de supervalorizar os estilos consagrados por serem eruditos e voltados para as classes mais endinheiradas - a exemplo do teatro e da literatura clássica - em detrimento dos estilos populares, como o funk e o Grafite (as polêmicas tentativas de limpar os grafites da cidade de São Paulo deixam essa realidade bem exposta).      Além disso, um outro fator atrelado àquela questão social é a marginalização de alguns movimentos culturais. Situações como os recentes debates na Câmara dos Deputados a cerca da criminalização do Funk, mostram que a classe política brasileira não é integralmente satisfeita com as manifestações públicas da arte vinda da periferia. É notório que isso muito tem relação com aquele passado nacional de elitização da arte, o que contribui para que a cultura popular seja cada vez menos reconhecida e apreciada dentro e fora do Brasil, restringindo, dessa forma, a visualização artística nacional.    Portanto, uma das principais formas de intervenção para essa problemática é a ampliação do acesso a cultura por parte da sociedade em geral. Para tanto, é fundamental a criação de mais projetos dentro das periferias urbanas e rurais, além das escolas, que sejam voltados para o desenvolvimento da capacidade criativa  e artística dos cidadãos. Tais projetos devem ser orientados pelas secretarias de educação e cultura dos estados e municípios, e devem contar com o máximo de apoio possível dos centros educacionais ( escolas e universidades) do país. Além do mais, é indispensável que sejam criadas garantias legais, que podem ser de nível estadual ou federal, que protejam os patrimônios artísticos brasileiros que estão além dos já consagrados; visando, com isso, evitar o uso dos aparatos institucionais para fins de impedimento da live manifestação artística.  Assim, possivelmente aqueles desafios da produção artística no Brasil serão suprimidos.