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Enviada em: 12/08/2017

É difícil imaginar a vida humana sem que haja produção artística. Para Nietzsche, a contemplação da arte é o único motivo para que o indivíduo encare o sofrimento e a realidade. Independente do significado atribuído para essa atividade, é inegável a sua importância para a sociedade. No entanto, no Brasil, diversos obstáculos impedem um pleno desenvolvimento artístico. Dentre eles, salientam-se a lógica incoerente de investimentos existentes e as consequências da  "Indústria Cultural".  Quando se analisa as ações de investimento cultural em países desenvolvidos, percebe-se que boa parte delas provêm da iniciativa privada, garantindo assim uma produção artística consistente. Contudo, em território brasileiro, os investimentos provenientes de empresas são mínimos. Dessa forma, essa responsabilidade recai, majoritariamente, sobre o Estado, que se mostra ineficiente no manejo de verbas, bem como desinteressado  nesse segmento de atividades.   Outrossim, destaca-se a ação da "Indústria Cultural" - termo criado pelo sociólogo Theodor Adorno - como agravador da problemática. De acordo com o pensamento do autor, no mundo capitalista, a arte é progressivamente transformada em formas de entretenimento voltadas para o consumo das massas, perdendo assim seu sentido original. Observa-se que, por serem muito difundidos, esses produtos comerciais acabam por ofuscar movimentos artísticos dotados de significado.   Segundo René Descartes "não existem métodos fáceis para solucionar problemas difíceis". Portanto, criar mecanismos que facilitem a produção artística no Brasil são essenciais. Assim, urge que o Poder Legislativo crie leis de incentivo cultural mais eficientes, oferecendo subsídios e redução de impostos para empresas comprometidas com investimento em atividades artísticas. Além disso, faz-se necessário a atuação do Ministério da Cultura como promotor de espaços voltados para o amparo de artistas autônomos. Destarte, poder-se-á garantir, efetivamente, o "remédio nietzschiano para o sofrimento" a todos os brasileiros.