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Enviada em: 31/08/2017

Arte: Atividade Lucrativa ou Engajamento Político?           A diversidade cultural-artística brasileira é algo que impressiona todos que vêm do exterior para o país. Entretanto, nos últimos anos nota-se uma constante restrição à liberdade na arte de pichadores de rua, pelo desconhecimento de sua arte no meio político. Além disso, o gasto monumental no financiamento de cantores pelo ministério público faz toda a questão artística ser deixada de lado.           Em 1922 houve a primeira manifestação artística de cunho modernista e reformista no país, a semana da arte moderna mudou para sempre o modo como se encara a arte brasileira. Análoga a ela, outro movimento de cunho político conhecido no meio da ditadura veio a tona em 1980, quando pichadores contrários ao regime ditatorial no país desenhavam Frangos e Sapatos como forma de crítica à censura, no país. Por isso, a arte deve ser considerada um meio de divulgação de ideais políticos, não como forma de rebeldia, mas sim, como um caminho de mudança no cenário político nacional, alterando as bases para o desenvolvimento da sociedade de modo justo e igualitário.           Como proposta de ampliação do alcance artístico, criou-se, pelo ministério da cultura, o chamado vale-cultura, a fim de garantir descontos aos jovens para o acesso à cultura e a arte em teatros, museus, musicais e cinemas. Contudo, na tentativa de ampliar o acesso, projetos de financiamento de cantores, com subsídios milionários, foram realizados pelo governo para, supostamente, "ampliar a influência da raiz sertaneja no país". Esses investimentos, no entanto, acabaram por apenas aumentar a fama de astistas já consagrados no meio musical brasileiro, como o caso da turnê de 4,1 milhões de reais do cantor Luan Santana.  Esse dinheiro, se bem aplicado, poderia fazer uma diferença enorme na infraestrutura do país, o que falta é apenas melhores projetos para a aplicação da verba.           Percebe-se, então, que muitas são as contradições presentes no meio de produção artística do país, enquanto grafiteiros são perseguidos, cantores são subsidiados pelo ministério da cultura, a partir daí nota-se a contradição entre o entendimento do verdadeiro sentido da arte brasileira. Por isso é necessária, a partir de então, a garantia do direito de expressão aos pichadores, com fim de que sejam ouvidas suas reivindicações, isso será conseguido a partir de intensa promoção do quarto poder às suas ideias, pois sem um meio de divulgação, nenhuma melhora será notada no país. Além disso, é necessário, em conjunto com a união, uma maior organização da distribuição de verbas para a cultura, pois, enquanto projetos para garantir o acesso da população à arte contribuem para o crescimento, milhões em verbas para produtores e artistas privados não vão garantir a ampliação de um estilo já consagrado em território nacional, apenas aumentar a desigualdade, no próprio ambiente artístico.