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Enviada em: 21/05/2018

Segundo o escritor e dramaturgo inglês, William Shakespeare, a arte seria o espelho e a crônica da sua época. Isto porque a cultura desempenha um papel revelador sobre os aspectos socioculturais de um povo, indo muito além de mero entretenimento. Contudo, apesar da importância dessa forma de expressão para o ser humano, no Brasil, a produção artística nacional enfrenta obstáculos diários e antigos, desde posturas preconceituosas até da falta de democratização do acesso às mais variadas formas da arte. Em primeiro plano, é necessário analisar as raízes históricas para que a arte, mesmo diante do mundo pós-moderno, ainda não tenha se tornado acessível em todas as camadas sociais. Neste contexto, destacam-se o processo de colonização implantado em terras brasileiras, em 1530, e a chegada da Família Real Portuguesa, em 1808. Isso visto que esses dois acontecimentos permitiram que a população que aqui vivia, em sua maioria pobre ou influenciados pela  catequização jesuítica, sofressem com a europeização. Criou-se, então, a ideia de que a cultura europeia fosse superior às produções artísticas nacionais, que sofrem com a dificuldade de aceitação do público.  Ademais, mesmo com a quebra com os padrão europeu vigente na arte brasileira, conquistada pelo movimento Modernista a partir da Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922, a cultura tida como erudita ainda não é acessível para a massa; já a cultura popular, as manifestações periféricas, são marginalizadas diariamente. Esse fato pode ser observado nas ações recentes de João Dória, atual prefeito de São Paulo, que mandou pintar diversos grafites espalhados pela cidade. Ou também por meio do projeto de lei enviado para o Senado, pedindo a criminalização do funk. Sendo assim, observa-se que a visão eurocêntrica e elitista do período colonial dificultam a produção de uma arte que retrate a realidade da população tipicamente brasileira ao invés da minoria rica.  Torna-se necessário, portanto, a tomada de medidas para resolver esse problema. O Ministério da Cultura deve dar continuidade ao planejado pela Lei Rouanet, voltando, porém, essa verba para artistas ainda com pouca visibilidade e reconhecimento no cenário nacional. Concomitantemente, deve utilizar das novas tecnologias e a mídia televisiva para divulgar os projetos artísticos de grupos engajados em descrever a realidade brasileira. Por fim, deve-se realizar uma parceria com o Ministério da Educação, com o objetivo de enfatizar e ensinar para os mais jovens a importância da verossimilhança das artes para o ser humano. Espera-se que, assim, que os obstáculos para a produção cultural brasileira sejam, aos poucos, minimizados.