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Enviada em: 21/09/2017

Com o fim da Ditadura Militar na década de 1980, a liberdade de expressão voltou a ser garantida aos cidadãos brasileiros, e assim, diversas formas de manifestação artística voltaram a estar presentes no cenário nacional, como é o caso do grafite e da pichação. Infelizmente, com o passar dos anos, criou-se uma imagem marginalizada de algumas formas de arte, o que acabou prejudicando a total expressão de alguns artistas. Nessa perspectiva, os principais desafios da produção artística no Brasil são a criação de leis que a criminalizam bem como a censura de algumas exposições de arte com algum viés de criticidade ou com alguma polêmica a ela associada.       A arte no Brasil não consegue se desenvolver plenamente devido as várias limitações a ela impostas, por figuras de representatividade nacional, como leis e políticas públicas de repressão. A exemplo disso, o novo prefeito de São Paulo, João Dória, anunciou que irá retirar várias pichações e grafites de alguns lugares públicos, com o intuito de embelezar a cidade. Diante disso, percebe-se a destruição de várias obras de arte, que serão apagadas da capital paulista, e também um cerceamento da criação artística -que perde parte da criatividade e da espontaneidade atrelada a liberdade do artista- limitada a partir de agora a alguns locais onde ela será permitida.       Além disso, a produção artística também sofre represálias devido ao pensamento conservador de parte da sociedade brasileira. Essa realidade é exemplificada pela censura realizada por grupos contrários à exposição Santander Cultural que gerou o fechamento do evento pelo fato de algumas obras apresentarem algum conteúdo sexual, e assim, impediu que algumas críticas ilustradas nas pinturas, como contra a homofobia, fossem feitas. A partir desse cenário, nota-se que a arte no Brasil ainda está sujeita a alguns padrões conservadores que impedem que os artistas expressem todas as suas ideias e oposições as realidades hodiernas.       Destarte, é fundamental que o Ministério da Cultura torne a arte de rua um patrimônio nacional a ser preservado, com o intuito de impedir que algumas obras sejam destruídas pelo fato do preconceito atrelado a elas e por não possuírem a proteção adequada, como as que estão em museus. Ademais, é essencial que o Estado, na figura do Poder Executivo, analise o que é exposto nas exposições artísticas e determine a faixa etária a que ela é destinada, para que assim, ao invés de cancelarem os eventos, criem-se públicos adequados para apreciarem aquele tipo de arte. Por fim, é importante que a Polícia Civil garanta a segurança das exposições e das obras, impedindo que opositores e vândalos depredem o material artístico presente.