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Enviada em: 25/09/2017

Vandalismo é o seu preconceito.              Os novos artistas convergem com autores de uma nova arte, em que quem não for capaz de criar algo novo, acaba sendo arrastado pela massificação dos grandes processos humanístico de preconceito e inferiorização enquanto profissional. Nessa perspectiva, quando se discute sobre os desafios da arte contemporânea percebe-se que existe um cenário de preconceito e inferiorização enquanto profissão. Nessa lógica, pode-se afirmar que a manifestação artística está ligada a transgressão e a resistência dos artistas.       Em uma primeira abordagem, cabe ressaltar que no grafite, por exemplo, alguns reconhecem sua imensa qualidade artística, como Paulo Mendes. Outros, entretanto, o consideram apenas como poluição visual e vandalismo. O mais preocupante, contudo, é constatar que, em 2017, completa 30 anos da data lembrada como o dia do grafite, o que criou  nos artistas a expectativa de que seria um ano de valorização de seus trabalhos. No entanto, em 14 de janeiro, João Doria anunciou que seriam apagados os painéis da avenida 23 de Maio. Como se vê, é mais um momento em que a produção artística é inferiorizada.        Outro ponto, que precisa de olhar atento, é o fato de que a arte não é apenas mera forma de expressão cultural, mas também elemento que promove a inclusão social desses artistas. Vale ressaltar, ainda, que essa arte, seja no grafite ou na arte de rua, está vinculada a uma cultura majoritariamente pobre e negra. Assim, fica claro, que usam a arte para traduzir algumas mazelas sociais . Convém, é claro, perceber que negar essa arte é fomentar ainda mais a exclusão social de minorias.        É determinante, então, para desconstrução desse cenário que o Estado promova ações, como a reformulação currículo escolar brasileiro que é deficitário quando se trata de arte, haja vista a baixa carga horária de disciplinas voltadas à pintura, à dança, ao teatro e a outras formas de expressão, o que contribui para a desinformação e a construção de preconceitos, tal medida busca reverter essa problemática. Além disso, as comunidades e associações devem organizar e promover apresentações dos artistas locais, com o intuito de projetar suas produções. Por fim, as mídias e os núcleos tecnológicos possuem papel crucial para propagação dessas artes, incentivo para os artistas e uma ótima plataforma para promover o reconhecimento de alguns artistas e atenuar o preconceito.