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Enviada em: 31/10/2017

A arte não possui uma definição concreta, mas pode ser entendida como uma forma de expressão, uma crítica a algo, ou até mesmo uma representação em tela de um cenário real. Entretanto, a falta dessa definição específica, aliada com a ausência de contato das produções artísticas com a população brasileira, resultam na dificuldade de compreensão dessas expressões, originando críticas negativas e até mesmo censura. Conclui-se com isso, que a arte no Brasil enfrenta obstáculos aparentemente intransponíveis, já que não há público apreciador em contrapartida à esmagadora maioria contrária às manifestações contemporâneas.   Historicamente, a arte esteve presente na história da humanidade, seja para representar o cotidiano, como na Idade da Pedra, seja para se expressar, assim como nas manifestações de Vallauri durante a ditadura brasileira. Contudo, no decorrer de sua existência, ela esteve vinculada à história e evolução humana, e de igual modo, após constantes transformações, evoluiu para uma forma de expressão crítica, deixando de lado a representação do belo grego e do perfeccionismo renascentista, adotando princípios que envolvem uma relação interativa entre obra e público.   Não obstante, a má distribuição de renda no país, somada com a ideia de Bauman sobre modernidade líquida, dificultam a relação entre público e obras, uma vez que os igressos são caros e não há tempo de visitar galerias de arte, por exemplo. Porém, apesar da inacessibilidade, os artistas continuam com seu trabalho, provocando reflexões e choques culturais, assim como na Semana de Arte Moderna, proporcionando novos horizontes para que a sociedade possa refletir sobre sua realidade cotidiana.   Por tudo isso, é preciso que medidas sejam tomadas para facilitar as produções artísticas e promover as relações delas com o público. Para tal, é necessário que o Governo distribua melhor a renda entre a população, com a valorização do salário mínimo, além de ampliar o número de centros artísticos no país, objetivando a aproximação entre público e sociedade. Ademais, ONG's em conjunto com a mídia, podem promover a conscientização, por meios físicos e virtuais, da importância da arte para a sociedade. Os indivíduos, por sua vez, precisam cobrar do poder público pela manutenção da liberdade artística e buscar a compreensão das obras e manifestações antes de criticá-las. Quem sabe assim, a produção artística brasileira seja facilitada, conquistando um público maior de apreciadores e assim, ultrapassar os obstáculos considerados intransponíveis.