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Enviada em: 07/04/2018

Platão, filósofo grego, por acreditar que o mundo sensível é uma cópia imperfeita do mundo verdadeiro, atribuía à arte um sentido de desprezo, considerante esta a imitação de uma outra imitação. Entretanto, na contemporaneidade, os desafios para a produção artística são outros, no Brasil o forte sentimento conservador, somado a falta de inserção da arte na cultura e educação nacional contribuem para agravar o impasse.   Em 2017, uma exposição artística realizada no Rio Grande do Sul chamada "Queermuseu", da Santander, foi alvo de críticas e discursos de intolerância, sendo fechada um mês antes do previsto devido estes impasses. Nesse cenário, evidencia-se o exacerbado conservadorismo presente na sociedade brasileira, onde essas obras foram reprimidas pelos cidadãos simplesmente por não estarem de acordo com seus dogmas. Assim, o que deveria ser apreciado e incentivado, se torna palco de repulsão, fechando espaços para novas produções artísticas desse cunho.   Nesse âmbito, o impasse no Brasil é histórico, já em 1922, na semana de arte moderna as apresentações foram duramente criticadas e receberam pouca adesão popular, o que era admirado por nações estrangeiras, era desprezado no próprio país. Desse modo, percebe-se que mesmo um século depois, a situação continua semelhando na nação, devido a falta de contato com a arte na cultura brasileira, deixada em segundo plano. E tomando como norte que o desenvolvimento artístico está diretamente relacionado com o grau intelectual da população, os baixos índices de escolaridade justificam a atual situação.   Fica evidente, portanto, que os desafios para a produção artística no Brasil são muitos, dentre estes o conservadorismo exagerado e o baixo grau de instrução popular sobre a arte. Hobbes afirmava que o "O homem é o lobo do próprio homem", sendo necessário um auxílio, que é o Estado. Faz-se necessário, por parte do Ministério da Educação, maiores horas disponibilizadas na Base Nacional Comum Curricular para a disciplina de artes nos ensinos fundamental e médio, pois com os conhecimentos ampliados para as novas gerações sobre o papel da arte e sua importância, o interesse e adesão se tornarão maiores, diferentes da atualidade. Alem da mídia, quarto poder, com seu alto poder persuasivo, veicular campanhas de incentivo ao conhecimento popular das diversas manifestações artísticas no Brasil, e que constantemente exiba seus significados, pois entendendo sua essência, a intolerância perdera espaço para o desejo de conhecimento e consequente compreendimento.