Através da historiografia brasileira é possível perceber a importância da Arte. No Romantismo, a identidade nacional foi criada com a Literatura. Durante a ditadura, a música e o teatro representou armas de resistência. Na atualidade, porém, as produções artísticas são ignoradas. Nesse contexto, deve-se avaliar os impactos da educação e de certos esteriótipos para que uma solução seja encontrada. Primeiramente, a indiferença disponibilizada às obras existe graças ao tipo de formação educacional oferecida no País. De acordo com o filósofo Mario Sergio Cortella, a arte é aquilo que uma pessoa leva consigo quando sai de uma exposição. Nessa ótica, fica evidente que a relevância das produções só pode ser percebida de forma subjetiva. Entretanto, a escola ainda prefere abordar o tema através de leituras e exames excessivos. Em razão disso, o efeito catártico deixa de existir, assim como o interesse do aluno pela Arte. Atrelada a essa questão da educação, a própria herança histórica impede que esse problema seja solucionado. Os termos pejorativos que circulam a figura dos grafiteiros representam idéias que, vigentes em períodos de perseguição, foram, conforme o pensamento do sociólogo Pierre de Bourdieu, incorporadas e naturalizadas na sociedade. Hoje, esses pensamentos acabam marginalizando a principal ferramenta de comunicação desses artistas. Consequentemente, o entendimento de seus protestos são cada vez mais distorcidos. Torna-se evidente, portanto, que a desvalorização da Arte no Brasil deve ser enfrentada. Com isso em mente, as escolas devem inserir em seus currículos visitações a museus, exposições e teatros que, feitas em um contraturno, poderá estimular o interesse artístico do aluno sem comprometer sua formação teórica. Além disso, é necessário que a mídia, por meio de novelas, elimine a imagem negativa que a sociedade tem a respeito das produções do grafiteiro, oferecendo, dessa maneira, maior visibilidade para essa classe. Apenas assim, o efeito emocional e social da Arte poderá ser compreendido e respeitado no Brasil.