Enviada em: 12/04/2018

Coesão ideológica       Indubitavelmente, há, no Brasil, uma série de intempéries em relação à formação de um patrimônio cultural. Tais problemáticas se dão, principalmente, na interpretação por parte do poder público frente às maneiras de expressividade artística adotadas pela população. Outrossim, é inquestionável que há um grande embate ideológico entre os conceitos de arte utilizados como parâmetro pela máquina pública e pelos cidadãos em geral.       Primeiramente, é importante ressaltar que, a produção artística, nas suas mais variadas vertentes, compõe o principal meio de construção de uma identidade cultural no Brasil. O Grafite, por exemplo, iniciado por essas terras em 1982 e tido como uma importante forma de expressão artística atualmente, é constantemente confundido com mera e criminosa pixação. Há, de fato, um grande percentual demográfico, mormente periférico, que tende a adotar esse tipo de conduta, haja vista que se trata do único tipo de oportunidade encontrada por essas pessoas para se expressarem.       Para mais, é inacatável que as iniciativas governamentais de apoio à cultura são insuficientes frente a tamanha necessidade de construção de personalidade geral da nação. Ademais, a marginalização de ideologias minoritárias, que ocorre perante a imposição de valores da maioria por meios midiáticos,  fortalece a hegemonia cultural da máquina pública que, ao silenciar os pequenos grupos sociais, gera um sentimento revoltoso nos mesmos e consequentemente um entrechoque idealista.       Infere-se portanto que, a criação de programas sociais que visem dar voz à grupos culturalmente minoritários é de grande importância para manutenção da variedade artística na sociedade. Somado a isso, fica a par do Governo Federal, em sua posição de autoridade máxima, garantir o suprassumo apoio à comunidade cultural, através da ampliação da lei de incentivo à cultura. Destarte, com a oportunidade de expressão artística oferecida a todos de maneira indutiva por parte do Estado, há de ocorrer uma, de forma gradativa, uma maior inclusão artística.