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Enviada em: 01/05/2018

No século XVIII, formou-se o movimento literário conhecido como Arcadismo. Baseando-se em ideais iluministas, pregava o culto a uma natureza serena, livre de intervenções antrópicas, como um local de repouso e tranquilidade. Contudo esse viés ambientalista não é visto no mundo moderno pós-industrial, uma vez que o meio ambiente deste encontra-se ameaçado pela volumosa interferência humana, seja pelo modelo de produção atual, seja pela configuração energética global.          Ao se analisar historicamente as diversas fases do Capitalismo, tem-se que tal modelo econômico atua como uma das principais causas do hodierno paradigma ambiental. Objetivando a produção de excedentes comercializáveis para a  venda em mercados externos, ocorre uma grande exploração dos recursos minerais e vegetais, de cujo caráter predatório, conforme o Departamento de Meio Ambiente da ONU, é prejudicial à biosfera. No contexto brasileiro, por exemplo, isso pode ser evidenciado a partir da situação do Cerrado, de cujo desmatamento, provocado historicamente pela expansão da agropecuária de exportação, reduziu sua área à metade de que era há 150 anos; colocando, assim, 1440 de suas espécies nativas em risco de extinção, segundo estudos da Biologia.        Outro importante fator que dificulta a relação da humanidade com o seu meio é a dependência da matriz energética mundial de fontes de energia poluentes e não renováveis. Desde a 1° e a 2° Revoluções Industriais, baseadas no carvão e no óleo respectivamente, a atmosfera terrestre tem sido atingida pela emissão acentuada de gases estufa, como os óxidos de carbono e de enxofre, provenientes da queima desses combustíveis extraídos das bacias sedimentares. Em virtude disso, conforme a Geografia, impactos ambientais consequentes, como a chuva ácida, a qual causa a acidificação dos hidrossistemas e a corrosão de estruturas arquitetônicas, e o aumento gradativo das temperaturas globais, que prejudica a agricultura e a configuração dos ecossistemas, são propagados.          Sendo assim, são necessárias as medidas corretas para que esse cenário possa ser remediado. Primeiramente, a ONU deve planejar conferências com o intuito de implementar novos tratados internacionais que inibam o extrativismo predatório e que regulem as atividades do setor primário, de forma a garantir a sustentabilidade dos biomas e a exploração saudável do meio ambiente. Paralelamente, deve também propor diretrizes que incentivem o uso de fontes energéticas limpas e sustentáveis, como a eólica, a solar e a maremotriz, aos países do mundo, de forma que seja reduzida a subordinação da sociedade à queima de hidrocarbonetos fósseis. O Governo Federal brasileiro, por sua vez, deve investir verbas e recursos humanos ao Ministério do Meio Ambiente, de forma a minimizar os impactos degradantes no Cerrado. Apenas assim o Arcadismo tornará-se concretizado.