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Enviada em: 03/07/2018

Gonçalves Dias, autor da fase inicial do Romantismo no Brasil, expressa no poema “Canção do Exílio” seu nacionalismo ufanista ao exaltar elementos da fauna e flora brasileiras. No entanto, essa admiração cede cada vez mais espaço à ganância humana, fato que causa a destruição de grande parte dos encantos retratados no texto, seja pela exploração desenfreada dos recursos naturais, seja pela irresponsabilidade no manuseio destes.         Em primeiro lugar, convém ressaltar que a chegada dos portugueses no Brasil, em 1500, deu início à prática de utilização excessiva dos elementos nativos do país para fins lucrativos. Nesse viés, esse legado segue enraizado na cultura brasileira e pode ser observado nas práticas das indústrias locais, que destroem grandes áreas naturais com o intuito de suprir as necessidades do mercado. Dessa maneira, as atividades executadas por tais empresas causam grande prejuízo à biodiversidade nacional, prova disso é que, segundo pesquisas da Organização Internacional, em um intervalo de trinta anos, a área da Amazônia reduziu em 20% e a do Cerrado em 80%, gerando consequências extremamente prejudiciais às espécies endêmicas desses locais, podendo, inclusive, causar a extinção de várias delas.         Ademais, o país assiste a uma exploração totalmente irresponsável dos bens naturais. Tal ocorrência, associada à falta de fiscalização e à negligência por parte dos órgãos responsáveis, promovem os chamados “acidentes” ambientais, como o rompimento da barragem da companhia Vale do Rio Doce na cidade de Mariana em 2015, que devastou diversos municípios e comprometeu a vida de toda a população local. Contudo, acidentes como este poderiam ser evitados mediante o correto manejo dos recursos utilizados, no entanto, é observado um imenso descaso da malha industrial no que diz respeito à natureza.         Mediante o exposto, faz-se necessária a adoção de medidas que solucionem o problema vigente. Destarte, é conveniente que o Ministério do Meio Ambiente crie políticas regulamentadoras para a extração vegetal, de modo que as empresas tenham a obrigação de plantar um exemplar de cada espécie retirada de determinado local a fim de evitar a extinção de espécies e os impactos aos biomas locais; além disso, o Governo Federal deve desenvolver ações punitivas aplicáveis às industrias responsáveis por desastres ambientais e investir na fiscalização do cumprimentos das normas existentes, com o fito de minimizar os impactos sofridos pela vegetação e pelas espécies animais, que têm seu habitat destruído frequentemente pela ação humana. Quem sabe assim, por meio da preservação ambiental, a poesia de Gonçalves Dias volte a fazer sentido.