Enviada em: 16/07/2018

A carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal descreveu com pompa as paisagens naturais das terras brasileiras. Toda essa grandiosidade, no entanto, foi corrompida por séculos de exploração colonial e, na atualidade, pela exploração agroindustrial. A partir desse contexto, faz-se necessário analisar as causas dessa problemática.       De início, evidencia-se que o modelo capitalista atual incentiva relações ambientais desarmônicas. Isso ocorre por meio do incentivo ao consumo, que aumenta a quantidade de resíduos industriais e domésticos, à medida em que a produção industrial cresce. Essa característica é própria da sociedade atual, que, segundo Zygmunt Bauman, não satisfaz completamente os consumidores, a fim de incentivar novas trocas comerciais. Assim, o consumo desenfreado propicia o ciclo de degradação.      Vale ressaltar, ainda, que a influência política da elite agrária nacional dificulta a resolução dessa problemática. Isso se deve ao fato de o Congresso Nacional ter uma "bancada ruralista", que tende a dificultar votação de projetos de lei que restrinjam atividades agrárias exploratórias. Com isso, intensificam-se os conflitos entre latifundiários e ativistas ambientais, como a freira Dorothy Stang, que foi morta ao denunciar a exploração de terras na Amazônia. Assim, o poder político latifundiário dificulta a construção de um modelo exploratório sustentável.       Assim, percebe-se que a sociedade atual vive de forma conflituosa com o meio ambiente. Para reverter esse quadro, a sociedade civil deve boicotar empresas poluidoras e denunciá-las às corregedorias ambientais, a fim de coibir práticas socioambientais irresponsáveis. Além disso, a população deve criar petições que exijam a ampliação de áreas de preservação, além de entrar em contato com os parlamentares de cada estado, a fim de pressionar os congressistas ruralistas para votarem leis que protejam o meio ambiente. Executando-se o disposto, o Brasil superará problemas históricos, que perduram até a atualidade, sob nova roupagem.