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Enviada em: 22/10/2018

No livro "Brasil, País do Futuro" o autor austríaco Stefan Zweig expõe a tese dele de que inovações tecnológicas e sociais tornariam o Brasil um lugar melhor. O que ele não imaginava, porém, era que não só a sociedade de consumo, mas também a irresponsabilidade ambiental do Estado tornariam difícil a concretização desse ideal.   Mormente, é indubitável a contribuição do consumismo para a degradação do meio ambiente no Brasil. Nesse contexto, o importante filósofo Rousseau já previa o que ocorre hoje no país: "o progresso e a dominação do homem sobre a natureza levará ao total destruição dela". Com efeito, esse progresso e dominação, os quais permitiram não só a crescente produção de bens de consumo, como também a intensa divulgação deles, leva os cidadãos a sentirem a necessidade e consumir demasiadamente, mesmo que tal conduta demande a exploração dos recursos naturais e a poluição. Dessa maneira, percebe-se o quanto os desejos pessoais sobrepõem-se à ética ambiental.     Ademais, é ingênuo acreditar que a preservação da natureza é pauta relevante para o governo. De fato, ao invés de efetivar medidas de conservação, o Estado permite ações, as quais ameaçam os recursos no Brasil, basta observar a recente proposta de lei que permite a exploração de uma importante reserva amazônica, revogada depois da comoção popular. Além disso, há pouca fiscalização sobre empresas, o que gera infelizes tragédias como o desastre de Mariana, produto da irresponsabilidade pública e privada.   Destarte, fica clara a necessidade da mitigação dos desafios para a preservação ambiental no Brasil. Urge, assim, que o Ministério da Educação, em conjunto com o Governo Federal, promova a mobilização dos cidadãos desde cedo, por meio da elaboração de seminários e palestras ministrados por biólogos, explanando as consequências do consumismo e como evitá-lo. Somente com medidas como essa, o Brasil caminhará para ser o país do futuro.