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Enviada em: 13/10/2017

Os versos do poeta, Carlos Drummond de Andrade, nascido em Itabira, mesma cidade em que surgiu a Vale do Rio Doce em 1942, carregam um tom de tristeza com os efeitos da mineração, como no seguinte trecho: "O Rio? É doce. A Vale? Amarga." É de conhecimento geral que a preocupação com o meio ambiente não é algo novo. No Brasil, a Constituição de 1988 já enfatizava a necessidade de preservação. Entretanto, desastres acontecem em decorrência do mau uso dos recursos naturais, como rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, como Drummond parece ter profetizado. Ainda assim, muitos acham prejudicial ao desenvolvimento da nação prezar pela sustentabilidade.              Em primeiro lugar, deve-se analisar que o momento atual é regido pelo capitalismo, que segundo Karl Marx "prioriza o lucro em detrimento de valores." Com a era da globalização, o desenvolvimento industrial e tecnológico tornou-se indispensável, mesmo que para isso recorram à destruição ambiental. Hoje, os produtos já são criados com "prazo de validade", é a chamada obsolescência programada, os aparelhos param de funcionar para forçar o consumidor a adquirir um mais moderno. Além disso, ao longo da cadeia produtiva, são consumidos milhões de litros de água, a famosa água virtual, que muitas vezes nem é contabilizada, mas contribui para o esgotamento.                     Em segundo lugar, é válido ressaltar as tentativas de amenizar as consequências com a criação de conferências e encontros sobre o meio ambiente. No entanto, os EUA, país responsável por grandes emissões de gases de estufa se recusou a participar do Protocolo de Kyoto (1997) que pretendia reduzir a emissão gases de poluentes advindos dos combustíveis fósseis e, o atual presidente Donald Trump saiu do Protocolo de Paris, um dos maiores acordos do clima. Assim, com o consumismo exacerbado, a quantidade de lixo descartado aumenta, os processos industriais com a emissão de gases de estufa contribuem para o agravamento do aquecimento global, o nível médio dos oceanos sobe em razão do degelo das geleiras, além da extinção de animais e recursos naturais.                       Em vista dos argumentos apresentados, é preciso que o Ministério do Meio Ambiente reforce a fiscalização de indústrias que não respeitam as leis ambientais por meio de agentes do governo, aplicando punição, a fim de minimizar as consequências danosas. O Ministério do Planejamento deve investir na logística reversa, por meio da qual os fabricantes são responsáveis pelos resíduos gerados após o uso, além do investimento em pesquisas para usar produtos menos tóxicos. Além disso, é preciso que os países desenvolvidos se comprometam com as políticas ambientais. Só assim será evitado que outros desastres, como o de Mariana, destrua as vidas e os sonhos da população.