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Enviada em: 19/10/2017

Dando ouvidos à natureza   No Período Colonial, os portugueses cultivavam a ideia de que os recursos naturais brasileiros eram infinitos, resultando na exploração excessiva e contaminação ambiental evidentes na época. Nesse contexto, observa-se que esse pensamento parece ainda permanecer enraizado e reflete consequências atuais, as quais se manifestam devido, sobretudo, à inadvertência da fiscalização nas indústrias e ao consumo inconsciente dos recursos por parte dos brasileiros.    A princípio, a ascensão da máquina a vapor na Revolução Industrial melhorou inegavelmente o rendimento da produção e o lucro na economia mundial. Por outro lado, esse acontecimento gerou consequências irreversíveis para o meio ambiente, as quais podem ser exemplificadas no descarte de resíduos tóxicos em demasia, seja no ar ou na água, que acarretam poluição e doenças envolvendo o aparelho respiratório e o contágio por organismos patógenos. Uma ilustração desse fato é que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% das pessoas do mundo vivem em locais onde a qualidade do ar está fora dos padrões recomendados, tendo esse resultado, como motor principal, a liberação de gases contaminantes nos escapamentos de automóveis e chaminés de indústrias.     Além disso, é válido ressaltar, também, como a sociedade brasileira tem contribuído com esse quadro de poluição. Por conta do cotidiano acelerado vivido no meio urbano, pouco tem se preocupado com o impacto ambiental gerado pelo estilo de vida consumista, em que os objetos são mais descartáveis e não reutilizados, logo agravando ainda mais os problemas gerados pelo lançamento de resíduos no meio ambiente. Desse modo, é explícito que a propagação de costumes sustentáveis no país não é efetivada de fato, seja pela família ou escola, diminuindo a sua execução ao longo das gerações.    Nessa perspectiva, para que a relação entre homem e meio ambiente seja benéfica no Brasil, mostra-se, portanto, necessária uma ação conjunta entre Estado e escola. Para tanto, cabe ao Ministério do Meio Ambiente aumentar a fiscalização de indústrias, cujas atividades não estejam condizentes com a lei ambiental, através da criação de um órgão especializado no recolhimento de denúncias e efetuação de penas nesse âmbito. Ademais, é imprescindível que a instituições de ensino criem o projeto “Família na Escola”, no qual os responsáveis pelos alunos serão convidados pelo corpo docente a participar, mensalmente, de dinâmicas e palestras em que serão debatidos temas como sustentabilidade e desperdício; aos filhos, seria destinada a tarefa de apresentação e escolha do tema, visando, assim, aumentar a propagação de atitudes sustentáveis no corpo social. Afinal, seguindo a máxima do escritor Victor Hugo, é triste quando a natureza fala e o ser humano não ouve.