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Enviada em: 30/10/2017

No livro "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, o personagem João Romão representa o capitalismo predatório, pois o português faria de tudo para realizar seus objetivos. Embora essa obra seja do século XIX, esse sistema socioeconômico perdura e se ramifica para diversas áreas, como ocorre na extração dos recursos naturais. Essa relação deletéria entre o homem e o meio ambiente possui causas além do modelo econômico insustentável, pois, em consonância, uma legislação ineficaz e com pouca aplicabilidade fomentam um cenário de depredação e impactos no meio natural, que acarreta inúmeros problemas de ordem social e ambiental.  Em primeira análise, é imprescindível salientar o quanto o modelo econômico capitalista tem sido prejudicial na interação do homem com o meio ambiente. Isso se dá devido, principalmente, ao modo de extração dos recursos naturais negar o princípio da sustentabilidade, em que a exploração deveria satisfazer as demandas atuais sem comprometer as gerações futuras. Essa economia insustentável se materializa, sobremaneira, na região Centro-Oeste, onde a fronteira agrícola tem avançado demasiadamente e causando inúmeros impactos ambientais, como a perda da diversidade endêmica, o que compromete até os próprios interesses humanos, uma vez que as plantas locais possuem princípios ativos que poderiam servir, por meio de pesquisas, para a elaboração de medicamentos.  Além do viés econômico, o campo jurídico tem contribuído para o avanço dos impactos ambientais, devido a criação de leis com pouca aplicação prática e punitiva. Essa mazela se propaga, infelizmente, por conta de que parte da classe política realiza conluio com o setor privado, como no financiamento de campanha e, acaba por criar leis ambientais frágeis. Elucida-se isso na criação do do Código Florestal, em 2012, que permitiu o avanço do desmatamento na Amazônio e, praticamente, concedeu anistia para quem tinha cometido crimes ambientais, como utilizar recursos de áreas de preservação permanente até 2009. Por conseguinte, as interferências humanas no meio natural implicam problemas, como o desmatamento que intensifica o aquecimento global e a instalação de hidrelétricas em rios que possuem populações ribeirinhas, acarretando tanto um transtorno ambiental quanto social.   Percebe-se, portanto, que essa problemática possui problemas de ordem econômica e jurídica. É dever do Ministério do Meio Ambiente reestruturar o Código Florestal, por mecanismos legais, explicitando, minuciosamente, as áreas de preservação permanente e que não podem ser alteradas, além de prever multas e penas mais severas para os possíveis transgressores dessas medidas, para que, dessa forma, a relação entre o ser humano e o meio ambiente possa ser pautada em uma economia verde, respeitando os limites dos recursos e satisfazendo as necessidades