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Enviada em: 21/03/2017

Fabianos ofuscados    O período colonial brasileiro tem como uma das principais características o marco da escravidão. Do século XV ao XVIII, a utilização da mão de obra negra foi abundante e considerada natural. No entanto, mesmo após a abolição da escravatura, o aproveitamento de imigrantes, como os italianos, chineses e japoneses, mostrou que o processo de escravidão, frequente até a atualidade, é um problema constante que clama por solução.    A maior justificativa para a escravidão é a lucratividade que ela gera. A exposição de crianças, jovens e adultos a condições análogas a escravidão é uma excelente manobra financeira de grandes indústrias, agricultoras e mineradoras. Na ilegalidade, elas se abstêm de deveres como remuneração obrigatória e despesas com direitos humanos. Vale lembrar que o perfil do trabalhador é quase sempre como o apresentado por Graciliano Ramos, em Vidas Secas, pelo personagem Fabiano: um indivíduo analfabeto, a nível da miséria e, consequentemente, de fácil manipulação.    Além disso, é preciso observar que os investimentos governamentais em campanhas de incentivo a denúncia são escassos. O tema é geralmente ofuscado nas mídias e não há grandes abordagens públicas sobre o trabalho escravo no Brasil, o que dificulta ainda mais a resolução do problema.    Dessa forma, medidas são necessárias para resolver o empasse. Logo, é de extrema importância que o Ministério do Trabalho quebre o sigilo governamental e destine parte de sua verba federal a criação de um programa de investigação a empresas ilegais. Já a sociedade brasileira deve mobilizar-se em suas cidades, promovendo campanhas virtuais e passeatas que abordem  o tema e incentivem a denúncia de casos de escravidão contemporânea.