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Enviada em: 26/03/2017

A escravidão, foi durante muito tempo, a base do sistema econômico vigente no mundo. Desde a segunda metade do século XVIII, por influência dos pensadores iluministas, a sociedade, em sua grande parte, passou a ter uma maior noção da importância da liberdade individual. Esse contexto permitiu que a consciência humana evoluísse em detrimento do pensamento medieval. Entretanto, mesmo em meio ao crescimento do acesso à informação, que o capitalismo proporcionou, ainda existem casos de trabalhos análogos à escravidão. Mas por que isso acontece?  Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, nos últimos 200 anos, houve o aumento das desigualdades sociais, e esse fator foi determinante para a capacidade de formação intelectual dos grupos menos privilegiados. A vulnerabilidade socioeconômica é um dos reflexos desse fato social, o que leva à migração de pessoas de países pobres para regiões mais desenvolvidas. Geralmente, o fluxo migratório é ilegal e feito por aliciadores que buscam forças de trabalho mais baratas, enganando os trabalhadores com promessas de altos salários e boas condições de vida.  Segundo dados da ONU, estima-se que 21 milhões de pessoas vivam nessas condições em todo o mundo.  Em segundo lugar, a ocorrência desses casos se dá pela ingenuidade e perspectiva de vida determinista, sendo aceito qualquer trabalho que oferecerem, tudo isso devido à situação precária em que vivem na sua terra natal. Por esse motivo, fica difícil órgãos do Governo atuarem no combate a esses casos, visto que a maioria encara os problemas como naturais dos tempos de crise econômica, ou, pela presença ilegal, não poderem recorrer às autoridades. O maior desafio da luta  contra esse crime que menospreza a dignidade humana, é o próprio reconhecimento da vítima. Ao trazermos o problema diretamente ao Brasil, veremos a falta de cuidado com as fronteiras. Todos os dias centenas de estrangeiros atravessam em busca de empregos e acabam sendo enganados por latifundiários, pecuaristas, além de agentes da construção civil.  Por isso medidas são necessárias para resolver o problema. Para vencer o desafio, será necessário a união da Polícia Rodoviária, Exército e Secretaria do Trabalho. Dessa maneira poderemos ter o controle das fronteiras, maior fiscalização do trabalho, principalmente nas regiões interioranas do país, e a legitimação do trabalho digno à condição humana. A realização de parceria público-privada, entre o Governo Federal e empresas, para a contratação dessas pessoas exploradas, mediante o direito à CLT e todos os direitos trabalhistas. Ações sociais também tem muito valor nessa causa, sendo uma delas o boicote à empresas denunciadas pelo trabalho escravo, como forma de protesto.