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Enviada em: 26/03/2017

A escravidão é ato de reduzir alguém à uma condição de posse e forçá-la ao trabalho, restringindo-a de liberdade. O Brasil foi um dos últimos países a abolir legalmente a escravidão. Entretanto, em 1995, o governo federal assumiu diante do país e da OIT(Organização Internacional do Trabalho) a existência do trabalho escravo contemporâneo. Mesmo sendo proibido legalmente, podemos ver, atualmente, que ainda estamos longe de nos vermos 100% livres desse crime por conta, principalmente, da impunidade.      Desde 1995 até 2014, cerca de 50 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas ao trabalho escravo. Dentre essas estão a pecuária, a cana-de-açúcar e o carvão. Segundo dados do IBGE e MTE, as maiores áreas de incidência de tais feitos são o Pará, o Tocantins e o Mato Grosso. Entretanto, mesmo sendo em áreas isoladas e de difícil acesso, não podemos dizer que não esse crime não ocorre em grandes centros. Em 2013, foram flagrados 111 operários em condições semelhantes à escravidão nas obras de reforma do Aeroporto de Cumbica. Com esses dados podemos afirmar a existência de tal coisa.       Há inúmeras barreiras que nos bloqueiam de chegar à erradicação do trabalho escravo, essas são os reais desafios nesse combate. Várias empreiteiras se utilizam dessa forma de trabalho criminosa que, muitas vezes, são difíceis de se derrubar por conta de inúmeras falhas no sistema, tais como: ameaças e, até, assassinatos aos que investigam tais feitos. O suborno junto com a corrupção no poder judiciário dessas áreas e também a falta de investimento do governo na MTE para a fiscalização e punição de tais feitos acabam se tornando os vilões desse combate.     A área de maior vulnerabilidade ao trabalho escravo é o Nordeste. Podemos fazer uma intertextualidade com a falta de investimentos em educação, saúde e oportunidades de geração de renda, sendo esses, os agentes causadores mais fortes que acabam levando um indivíduo a cair na lábia de um "gato", na esperança de uma condição melhor de vida. Isso tudo, acontece como um ciclo que muitas vezes não se encerra, por conta da impunidade e falta de severidade aos que praticam.       Em virtude do que foi mencionado, podemos dizer que há um longo trajeto a se trilhar para se encerrar de vez com o trabalho escravo. Para combater as ferramentas que regularizam o trabalho escravo, devemos seguir três frentes: a prevenção, a assistência aos trabalhadores e a repressão. Prevenindo tais coisas com o investimento na educação e condições para geração de renda, proporcionar melhores qualidades de trabalho e viabilizar a qualificação profissional e, quando o crime já tiver ocorrido, indenizar financeiramente o trabalhador e punição à risca ao criminoso, fazendo isso, podemos ter a real certeza de um país livre.