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Enviada em: 05/09/2017

As correntes do capitalismo    Durante séculos, em todo o mundo, a escravidão foi justificada pela cor e etnia, baseada no etnocentrismo. Hoje, contudo, vê-se que, apesar de ser considerada crime e, teoricamente, ter sido abolida, a exploração do trabalho humano persiste graças a herança perversa e histórica do capitalismo brasileiro. O que muda, portanto, é a mão de obra: o que antes era limitado à cor negra, hoje, constata-se, uma abrangência tanto da cor de pele, quanto aos tipos de trabalho.      A exploração do trabalho humano afeta tanto a dignidade do indivíduo, quanto a cidadania, uma vez que, o escravo, por vezes, é alienado a ponto de não se reconhecer como tal, ignorando o direito e a possibilidade da denúncia. Como aponta a americana abolicionista, Harriet Tubman: "Libertei mil escravos. Podia ter libertado outros mil se eles soubessem que eram escravos."  Dado o exposto, é comum, nos dias atuais, a presença de produtos frutos dessa ação nas moradias, devido aos registros de mão de obra escrava na produção de café, algodão, soja, tecelagens, carvão, criação de gado bovino, entre outros.      Além disso, as ações no combate a esta prática hedionda iniciadas em 1995, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, e intensificadas nos governos posteriores, mostram-se incapazes de findar o impasse. As punições são leves, diante ao crime, o que torna comum a reincidência. Outra preocupação constante, é a influência conservadora no Congresso Nacional que também protege o trabalho escravo, uma ilustração para esse fato, é a aprovação do projeto de lei que autoriza o trabalho terceirizado para qualquer tipo de atividade.      O trabalho escravo é, de fato, uma prática abominável que deve ser permanentemente banida do cenário atual. Portanto, em virtude do que foi mencionado, torna-se necessário um investimento maior na fiscalização, para que as irregularidades sejam identificadas e punidas adequadamente. Sabe-se que os indivíduos inseridos nessa precarização não tiveram condições de vida dignas, logo, cabe ao governo investir em ações afirmativas visando as camadas mais pobres da sociedade, para que estes tenham a garantia dos seus direitos trabalhistas. Pensando nisso, a sociedade deve explorar a mídia, como ferramenta para denunciar ocorrências de trabalho escravo e, aproximar, cada vez mais, o conhecimento dos cidadãos perante aos seus direitos.